22 de jul. de 2013 | By: @igorpensar

Nova Evangelização: Católica ou Evangélica?

Sobre a notícia da BBC intitulada: "Papa chega ao Brasil com dupla missão [...] tentar conter o crescimento das denominações evangélicas pentecostais e arrebanhar fiéis afastados da Igreja Católica" https://twitter.com/bbcbrasil/status/359257785252319232 lembro que Bento XVI instituiu o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_letters/documents/hf_ben-xvi_apl_20100921_ubicumque-et-semper_po.html , e o Papa Francisco assumiu pleno compromisso com a iniciativa do pontificado anterior. Lembrando que a tendência já vinha sendo apresentada por homens como George Veigel que escreveu "Letter to a Young Catholic" e a recente obra "Evangelical Catholicism" http://www.amazon.com/Evangelical-Catholicism-Reform-21st-Century-Church/dp/0465027687/ref=wl_it_dp_o_pC_nS_nC?ie=UTF8&colid=1ZPETUQAN5IRO&coliid=IHP6PPSSXTO2U propondo um tipo de reforma interna na Igreja. 

Obviamente ainda um tanto longe dos pontos asseverados pela reforma protestante. Seria uma reforma em algumas ênfases e na promoção de uma evangelização baseada na "conversão pessoal" (ênfase evangelical). Há pontos positivos nisto, olho com atenção para onde as coisas estão caminhando. Mas, acho, que o movimento que chamamos de "novo calvinismo" tem um papel fundamental na garantia e educação destes já alcançados pelo evangelicalismo, que compõem muitos dos chamados "sem religião" nas atuais estatísticas. Ironicamente, o livro "Letters to Young Calvinist" de James K.A. Smith é um prelúdio da "nova evangelização reformada". Se houver uma falha aí, teremos "retorno" ao catolicismo sim, já aviso aos navegantes que estão embebidos em sistemas evangélicos centralizadores, desenraizados e que já trocaram uma fé cristocêntrica, pela teologia da prosperidade ou uma espiritualidade excessivamente afetiva. Então, família reformada, vamos arregaçar as mangas e evangelizar evangélicos e ex-evangélicos.
20 de jul. de 2013 | By: @igorpensar

(Des)Qualificar o Cristianismo?

Quer desqualificar o cristianismo? Siga os seguintes passos: 1) sempre se lembre das cruzadas na idade média; 2) mencione a inquisição; 3) para atingir os protestantes, em específico, mencione a morte de Servetus; 4) e como último golpe, mencione que ao menos 60% da população alemã durante o holocausto era composta de luteranos.  

Gente, é assim que tem cristão virando judeu, tem gente montando comunidades primitivistas, tem gente se “desigrejando” e outros tornando-se ateus.  É assim, que o idealismo e o progressismo vai descredibilizando a comunidade cristã.  Claro que não vão mencionar a família Ten Boom, ou Dietrich Bonhoeffer o mártir cristão que se envolveu na resistência luterana contra o nazismo.  Não falarão de William Wilberforce, político cristão que se envolveu ardentemente contra o tráfico negreiro no Reino Unido.  Não mencionarão os infinitos benefícios sociais, o impacto sobre os direitos humanos e as diversas iniciativas cristãs em prol da justiça e da cultura.  Jamais mencionarão as inúmeras instituições de ensino  fundadas por comunidades católicas e protestantes.  Jamais mencionarão que a liberdade que desfrutam até mesmo para denegrir cristãos lhes fora dada por eles.  Nunca mencionarão, jamais dirão!

Quanto às fraquezas inerentes à reforma e ao cristianismo histórico, seria por demais ingênuo achar que poderíamos ser paraísos antecipados, seres angelicais e os reformadores empreendedores carregados de mítica perfeição. Somente um idealismo ingênuo, estranho à narrativa cristã da queda ou da afirmação reformada de que somos "santos mas ainda pecadores", poderia levar alguém a ter ideais tão rousseaunianos. Mas, enfim, retomo o fato de que este cristianismo, parafraseando Chesterton, vem cambaleando, é verdade, mas nunca caiu. Vem caminhando quase como um bêbado, mas manteve-se de pé em momentos decisivos. De qualquer forma, para superarmos o idealismo bizarro e cheio de aroma progressista, fica uma dica de Bonhoeffer: "Quem ama mais a igreja ideal do que a igreja real, nunca terá a primeira e destruirá a segunda". Ficamos com a igreja real, cheia de hipócritas e pecadores, alguns arrependidos, outros nem tanto. E, se você se enquadra na descrição anterior, então lá também tem lugar pra você.

“Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.” (Mc 2:17)

Por Igor Miguel
5 de jul. de 2013 | By: @igorpensar

Amante Secreto

Dizem que G.K. Chesterton começou a considerar seriamente a existência de Deus quando se viu diante de coisas que recebia como que por generosidade e não tinha a quem agradecer. De fato, há coisas que são quase como epifanias, simplesmente nos são dadas, surgem assim diante de nós. 

Como não considerar a gratuidade de algumas extravagâncias "naturais" como verdadeiros eventos milagrosos: um belo dia, um pássaro cantando, o sorriso ingênuo de uma criança, o encontro entre amantes, a generosidade humana e a criatividade. Como não se maravilhar com a luz do sol refratando em gotículas de orvalho? A gratidão é erguer-se em busca de reconhecimento daquele que é generoso. 

Aquele que é surpreendido pela graça é como alguém que recebe de um amante secreto flores, e assim, devora-se de expectativas e curiosidade, e pergunta-se "-- Será que é ele?". Pessoas honestas com a beleza buscam um objeto de adoração e reconhecimento. Por outro lado, a ingratidão teria efeitos auto-destruidores, pois implicaria na negação não só da graça, mas do agraciador. 

O ingrato é obtuso, sombrio, cínico e apático. Não consegue discernir danças, cheiros, cores e gestos. Não consegue ver tridimensionalidade no mundo, tudo não passa de formas geométricas planas, previsíveis, explicáveis de mais. Por outro lado, aquele que descobre a arte da gratidão, aprende o contentamento e a frugalidade. Consegue dizer graças ou obrigado por cada ato de generosidade, e descobre enfim, que tudo é pura exibição de amor. Afinal, "Deus amou o mundo de tal maneira que DEU..." (Jo 3:16).

Igor Miguel
3 de jul. de 2013 | By: @igorpensar

Notícias da I Assembleia #IgrejaNaRua



Atenção militantes e apoiadores do movimento ‎#IgrejaNaRua

A ata com os detalhes da I Assembleia #IgrejaNaRua pode ser baixada aqui (PDF) http://www.teologo.org/ataiassembleia.pdf 

Definiu-se que #IgrejaNaRua é um movimento apartidário de iniciativa cristã evangélica de oração, conscientização e pressão política. A orientação política do #IgrejaNaRua é definido por seus devidos marcos ideológicos e princípios de fé disponíveis em documento aqui: http://www.teologo.org/iassembleia.pdf

Foi proposto e aprovado em assembleia que o movimento deve ser composto por uma secretaria de mobilização, comissão executiva e um conselho consultivo, cujas atribuições estão definidas na referida ata.

Os membros da secretaria de mobilização e comissão executiva já foram definidos, ficando aqueles do conselho consultivo a serem indicados e votados em assembleia junto a um fórum em data a ser divulgada.

Acompanhe notícias sobre o movimento em nossa fan page www.facebook.com/movimentoigrejanarua

Por favor, compartilhem esta notícia,
Grato,
Igor Miguel
1 de jul. de 2013 | By: @igorpensar

Corruptus Sum

Ele passa pela deformidade e se esforça para sair intacto do outro lado. Como um tolo, anda ao redor da alma quase engolido por sua insensatez. Prende a respiração e vai, meio que criando dispositivos psicológicos para ignorar a presença do feio. Se pudesse, teria um botão de não-existência, um tipo de tecla "delete" ontológico, fria indiferença. As racionalizações são as mais sombrias. Em milésimos, dezenas de conexões falaciosas são elaboradas: a culpa é do poder público, a culpa é do egoísmo do outro, a culpa é do empresariado, da igreja ou dos detentores do poder e da burguesia. Enfim, esquece-se que a luta é contra si mesmo, que o outro não passa de mero reflexo de sua própria perversidade. Sua agenda revolucionária é contra a corrupção que eventualmente pode corromper até mesmo o "oprimido" diante de algumas migalhas de poder. Desta forma, curva-se à velha tentação de torna-se como Deus. E, finalmente, torna-se exatamente aquele contra quem lutava, torna-se exatamente como sempre foi: corrompido.

Igor Miguel