5 de mai. de 2008 | By: @igorpensar

Uma Guerreira de Carpina



Por Igor Miguel

Lá vai ela, menina que corre em terra preta,
Desce até o Capibaribe com lata vazia,
Para de lá voltar com ela cheia de dignidade.

Vai lá mulher-menina, guerreira com seus sonhos,
Mulher valente que com dores deu a luz.
Vai mulher coragem, que com teu amor teceste o destino.
E Ele converteu teu lamento em riso e tuas lágrimas em cantigas.

Cantos de cordel, rimas doces, que aprendeste com tua avó.
Sim, sua avó cabocla, mulher marcada pelo tempo.
Valente como tu, acabou vencendo seu maior inimigo.

Com fé movestes montanhas, com riso afugentaste a dor.
Com teu exemplo encheste de vida a outros.
Você foi para Limoeiro aprendeu com o Urubu que toca tango.
Você gostou de forró de lá... Os teus cordéis me dão saudades.

Menina-mulher, que com coragem e um ano a mais saiu de lá,
Para se aventurar na cidade grande para o sustento levar.
Sua mãe cozinhou com lágrimas de orgulho, com um fogo.
Que apesar de não ser com a dor da lenha, era com a alegria.
A alegria e o orgulho de uma filha que com dignidade venceu a vida.

Mãe guerreira tu és, teu esforço e sua paixão pela vida me ensinaram,
Sim, ensinaram muitas coisas. Vai menina e volta da terra preta!
Deixe seus filhos irem a uma terra que mana leite e mel.
Este é teu prêmio, galardão do seu sofrimento.

Te amo! E como amo!

Do filho,
Igor