29 de out. de 2006 | By: @igorpensar

Pedagogia em Crise Epistemológica e a Ciência da Educação

Por Igor Miguel

Há um movimento favorável a devolução do “objeto” da pedagogia, cuja terminologia deveria se superada por “ciência da educação”, como já acontece em vários países do mundo. O processo de apropriação do conhecimento, ou do processo de ensino e aprendizagem. Insistir o “educar” ou a “educação” como objeto, é questionável, pois diversas áreas debatem sobre a “educação”, que é muito mais um “tema filosófico” que um “objeto científico”.

Há um processo que a ciência da educação (CE) deveria se ater, o próprio processo de “apropriação do conhecimento”, a chamada aprendizagem. A CE deveria dedicar-se prioritariamente a este alvo, obviamente levando-se em conta as contribuições científicas das diversas áreas (psicologia, sociologia, filosofia, etc.) sobre temas que contribuem para o processo. Talvez haverá aqueles que argumentarão desfavoravelmente a este ponto, argumentando um possível “reducionismo”, mas não o é, neste texto propõe-se a aprendizagem como objeto epistemológico da CE, em todas suas implicações, inclusive as macro-relações envolvidas.

O que impede a elaboração de fundamentos epistemológicos da CE? São os ruídos do senso comum e a introdução de diversos pensamentos, de correntes ideológicas e de outras áreas científicas que desejavam se apropriar da chamada “pedagogia”. Resultado? Uma intensiva psicologização ou sociologização ou uma “heterointerferência” sobre a pedagogia, que aspira por ser CE.

Estas interferências são justificadas pelo discurso da “interdisciplinaridade”. Ela tem seu valor, como um princípio que leva em conta contribuições de outras ciências, para a composição epistemológica da CE. Porém, o que ocorre é uma proeminência de outros campos sobre o objeto da CE: a aprendizagem.

Sugere-se abrir debates e ampliar a discussão sobre a pedagogia e uma possível superação de seus vícios e a reflexão sobre possíveis elementos de caráter pseudocientífico. Sugere-se reabrir o debate para uma possível e definitiva superação da “pedagogia” para a CE. A crescente desvalorização do pedagogo como profissional, a redução do currículo e as recentes diretrizes do curso de pedagogia, são reflexos de que a pedagogia vem sendo destituída e desacreditada, por sua fragmentação e seu “hibridismo” gnosiológico. Somente uma reelaboração de sua estrutura epistemológica e a delimitação de seu objeto científico, e outras variáveis, poderá permitir o desenvolvimento de um CE.

Percebe-se com freqüência o discurso de profissionais da educação frustrados, que insistem na manutenção da dicotomia teoria-prática, ao reafirmarem que o que se aprende na formação (teoria) não condiz com a prática educativa em sala de aula. Em suma, a academia vem formando “pedagogos do senso comum”, menos pensadores e cientistas que refletem e produzem conhecimento sobre a educação. Não conseguem articular o conhecimento adquirido na academia, para produzir novos métodos e abordagens sobre a aprendizagem. Talvez porque o que é fornecido, seja tudo, menos Ciência da Educação.
27 de out. de 2006 | By: @igorpensar

Bom Dia

Bom dia?
Duvidoso
Bom dia...
Longo
Bom dia.
Trivialidade
Bom dia!
Bom
Autor: Igor Miguel

Diálogo e Massificação

Por Igor Miguel

Cultura massificada, mundo-mercado como retomar as abordagens clássicas da Teoria do Conhecimento, que se atêm à relação “sujeito”-“objeto”? Ao menos o que se propõe é abrir espaço para outra opção gnosiológica: o diálogo, a nova e clássica dialogicidade. Não mais a relação sujeito-objeto, mas sujeito-sujeito (Martin Buber). Não é nada novo, remonta aos tempos de Sócrates e dos antigos rabinos judeus. Quando se diz “diálogo”, não há vínculo com a percepção comum do termo, mas fala-se de método, de extensão científica e da apropriação do conhecimento em movimento intersubjetivo (Vygotsky).

O diálogo é certamente o confronto saudável e criterioso, porém com uma ética óbvia, um interesse comum: a produção mútua de saberes. Isto significa muitas vezes abrir-se ao conflito, vivenciar “tempestades de idéias”, rever dogmas ou mesmo abrir mão deles. Esta é a singularidade do diálogo como método, não se dialoga com o inanimado, neste caso o sujeito é fenômeno. O homem é humano, a cultura é humanizada, não há saberes estáticos. Há neste processo, naturalmente, uma sensação de extremo relativismo, mas aí reside o conhecer, quando a “crise” angustia. Na crise, na problematização, nas interrogações e no terreno móvel do saber, surgem paradigmas sujeitos à crítica, se sobreviverem se tornarão “paradigmas”, referenciais teóricos.
Este caráter enigmático do problema é a grande energia que move o conhecer (Mathew Lipman). Nunca em um mundo onde pseudo-saberes são impostos, houve tanta necessidade de diálogo, de submeter as diversas informações ao critério do diálogo.

Uma possível solução? Transformar os espaços públicos em arenas para o pensar, reatar vínculos intelectuais, permutas de saberes “humanos” e não estes “saberes enlatados”. Cruel mundo contemporâneo, rompeu os vínculos, corroeu o diálogo, quebrou-se a crítica e pôs fim à democracia. Democracia do diálogo, pela ditadura unilateral de um mundo midiatico. Deixa-se o desafio, de se retomar a boa conversa, não pelo simples falar, mas como método científico, produção de saber humanizado. Não uma ciência excludente, pelo contrário interativa.

A educação precisa vivenciar o diálogo, dar o último golpe na primazia do saber docente. A religião precisa de diálogo, para refletir sobre si e os outros, pensar-se. A política precisa se abrir ao diálogo, não manipular a opinião pública, antes ser democrática em si, não esta democracia representantiva (representante-ativo), mas participativa (participante-ativo). Esta participação só será possível pelo diálogo, pela abertura de fóruns e pela reformulação de uma ética coletiva, uma ética social e pelo acesso aos que detêm poder. Somente assim, teremos uma rede de debates abertos, de uma coletividade preocupada com o conhecer e não em reproduzir discursos e slogans de um mundo plástico, vendido pelo silêncio da maioria.
26 de out. de 2006 | By: @igorpensar

Caos Ordenado

O mundo é aparentemente caótico, de fato o pode ser, mas não seria um "caos ordenado", ou uma ordem aparentemente caótica? Por mais que possamos refletir sobre um mundo empírico, onde as coisas acontecem na concretude da realidade. Nosso espírito é ávido para possíveis verdades além dos "fenômenos", além dos limites impostos pelos sentidos. Talvez, há algo que rege, D'us? Possivelmente, talvez Ele esteja tão perto que não o vemos mais, talvez como o céu, que está tão perto que poucos se lembram que ele existe. Talvez, sua transcendência esteja o tempo inteiro permeado nossa realidade, nossas relações.
O mundo pode ser caótico, mas a fixidez de suas leis mostram uma ordem, um equilíbrio e ao mesmo tempo movimentos que fogem às previsões humanas. Variáveis, desconfortáveis de um mundo tão ordenado que nos parece caótico. D-us...