30 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

Crítica é Auto-Crítica

Fiquei impressionando e concordo plenamente com o Pr. John Piper.  Quando criticamos alguma doutrina, mesmo citando nomes, também queremos deixar claro que estamos igualmente sujeitos e abertos à crítica.  Não lutamos por reputação pessoal, mas pela reputação do evangelho.  Mesmo que isto envolva uma exposição pública de nossas fragilidades.  Se de fato, queremos a glória de Cristo e não a nossa, devemos estar dispostos à crítica que é inevitavelmente auto-crítica.

25 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

O que é legalismo?

Por Igor Miguel

Para muita gente, legalista é aquela pessoa que pretende ser salva por suas obras ou sua obediência às leis e aos mandamentos de Deus.   Em outras palavras, esta pessoa para ser aceita por Deus, deveria andar em plena obediência.

Mas, o que tenho visto é um outro formato de legalismo, tão danoso quanto o mencionado acima.  Me refiro, a um legalismo "soft", se é que existe tal coisa.  Há um legalismo baseado na seguinte hipótese:
Deus me salva pela graça mediante a fé no que Cristo realizou na cruz.  Mas, para permanecer nesta graça, tenho que obedecer.  
Pessoas alegam, a partir da lógica acima, que não são legalistas, pois reconhecem a graça como um fator importante para o "início" da vida cristã.  A graça seria o meio de acesso à trajetória, mas depois, depende delas a manutenção desta "obra salvadora".  Quando se esforçam, quando se dedicam em oração, jejum e obediência.

Não tenho dúvida, se a graça é entendida como uma dádiva que opera somente no início, e depois, torna-se um tipo de "remédio" só para sermos perdoados em eventuais "pecados" (que não são tão eventuais assim), novamente há um entendimento legalista do evangelho.

Eu até entendo que pessoas que formulam uma doutrina da salvação nestes termos, o fazem sob uma preocupação ou ansiedade, como se a doutrina da graça produzisse um tipo de "libertinagem".  E há anos, os grandes pregadores da graça, dentre eles os reformadores, sempre insistiram em afirmar que não há qualquer relação entre "graça"  e "libertinagem".  

O que todos eles defendiam era que a "obediência do cristão" não tem qualquer relação de causa quanto ao ser "justificado" ou "aceito" perante Deus.  A obediência não é o que salva o homem, não se pode colocar a tensão sobre o "homem", pois ele mesmo, por si só, não tem qualquer condição de se salvar ou se santificar.

Logo, a graça não é algo que opera unicamente no início da jornada, como observei em um texto por aqui, mas age permanentemente sobre a vida do cristão.  Inclusive, o cristão só faz "obras" por causa deste amor dadivoso.  Mas, observe, não são estas obras a causa ou o fator condicionador para a redenção dos homens e sua salvação eterna.  A causa sempre será e deve ser os méritos de Cristo em seu magnífico sacrifício.

Então, legalismo é toda tentativa de se tornar aceito por Deus fora dos méritos de Cristo e da ação da graça de Deus.  Se alguém alega que para permanecer na graça deve obedecer a Deus, tal pessoa é legalista.  Pois não reconhece que um cristão só permanece na graça por causa da graça mesmo.   Uma pessoa que "caiu da graça" é uma pessoa que afinal, nunca foi alcançada por ela. 

Por isso, é tão comum perceber entre pessoas que baseiam sua espiritualidade neste legalismo "soft" um tipo descentralização de Cristo.  Jesus é colocado apenas como um modelo a ser imitado, mas não como o agente mesmo para uma vida santa.  A vida santa acontece por causa de Jesus, dele emana toda graça para uma obediência grata.

Jesus afirmou claramente: "sem mim nada podeis fazer" (Jo 15:5).  Então, deve-se deixar claro, que a ausência de frutos é um indício sério de que alguém não foi alcançado pela graça.  E a presença de frutos pode ser o indício de que fomos introduzidos na presença do Pai e que Ele agora opera em nós "o querer e o realizar".  Porém, dizer que é pelos "bons feitos" que os homens serão aceitos e obterão graça para continuarem na "aliança" ou "permanecerem salvos", é novamente, obscurecer o motivo central pelo qual nos mantemos de pé: Jesus Cristo.

O problema do legalismo, seja em qual formato, é que ele sempre coloca uma tensão sobre os homens, desfocando Cristo como o agente (autor e consumador) da fé.  Se um dia estivermos perante Deus, e se hoje, sou aceito perante o Pai em oração é por causa de Jesus, não por causa de alguma coisa que faço ou deixo de fazer.   Deus não me ama mais do que meu irmão, por causa de uma piedade pessoal mais elevada.  Deus nos ama igualmente por causa da piedade e intercessão de um só que é Jesus Cristo.

Se obedecemos, o fazemos por causa do Espírito de Cristo (I Pe 1:11), logo, é Cristo o agente desta obediência.  Foi para boas obras que fomos criados (Ef 2:10).  Entretanto, obras pautadas nos méritos de Jesus e não em um esforço autônomo.  Obras que galardoam, por terem sido feitas por e em Cristo.  Mas, quando estivermos perante Ele, será porque o que Jesus fez foi bom o suficiente para nos colocar lá. 

Enfim, por que Deus fez as coisas assim?  A resposta de Paulo é categórica:  "para que ninguém se glorie!" (Ef 2:8 e 9).  O problema do legalismo é que ele desvia a glória de Deus.  O antídoto?  Reconhecer que tudo é por graça.  

Se há alguma parcela de feitos humanos aí envolvidos na justificação, santificação ou glorificação dos santos.  Ou mesmo, uma combinação de ambos (sinergismo).  A glória não é toda Cristo, mas dividida entre Cristo e os homens.  Uma contradição interna à natureza do evangelho.  Um cristão, por isso, é movido por fé e confiança obstinada e graciosa, que Cristo é poderoso para o transformar, no Espírito Santo, no que ele é (de glória em glória).  Transformação operada a partir da clara e eficaz obra salvadora que foi realizada em nós por meio de seu perfeito sacrifício.

Soli Deo Gloria!
23 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

Deus autêntico, relação inautêntica

Por Igor Miguel

Não basta substituir o ídolo pelo Deus bíblico, também é fundamental mudar a relação com Ele.  Na verdade, muitos acabam mantendo o mesmo tipo de relação que tinham com "falsos deuses" na relação com o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

A primeira coisa que conversão faz, não é apenas uma mudança de "deus", mas uma mudança no sentido espiritual da relação com a divindade.

A idolatria caracteriza-se em geral por uma tentativa de criar um "deus" à imagem e semelhança do "adorador".   A maioria dos "deuses" encontrados nas diversas culturas não-judaico-cristãs caracterizam-se por um tipo de "domesticação", ou seja, uma tentativa de elaborar "deuses cômodos" ou "ídolos customizáveis" que fossem adequados ou moldados à expectativa de um determinado "interesse" humano.

Em geral, os deuses são aqueles que satisfazem, primariamente, as expectativas humanas com respeito ao amor (p.ex. Eros ou Afrodite), o dinheiro (p.ex. deusa fortuna ou Tique), a guerra (p.ex. Ares ou Marte) e assim por diante.   Tais divindades representam aspectos da realidade ou do mundo criado.  Quando um adorador de Afrodite se curvava ou ofertava diante de sua imagem, o que se esperava no final das contas, era servir o "erotismo" de modo a obter algum tipo de sucesso sexual (reprodução ou satisfação sexual).  Por isso, pode-se afirmar que idolatria é sempre um reducionismo religioso e existencial.

O problema é quando tais "devotos" se "convertem" e acabam  preservando a mesma lógica em relação ao Deus bíblico.  Ao invés de se curvarem à vontade deste Deus em suas atribuições, acabam por lhe dar o mesmo tratamento que davam aos ídolos.

O idólatra continua idólatra quando ao se "voltar" para o Deus bíblico mantém a mesma estrutura relacional que mantinha anteriormente com os falsos deuses.   É perceptível seu esforço de tornar o Deus vivo em um tipo de "servo" de suas ambições, empreendedorismo e vontade egoístas.  Deus, neste caso, é tratado como aquele que faz e realiza todos os "sonhos" e "desejos" de sua vida, sem ao menos questionar, se tais "vontades" estão ou não alinhadas com a vontade soberana de Deus.  Um excerto do filósofo judeu Martin Buber seria muito elucidativo:
Um filósofo moderno acha que cada homem crê necessariamente, seja em Deus, seja em “ídolos”, isto é, em algum bem finito – sua nação, sua arte, no poder, no saber, no dinheiro, no “constante triunfo com mulher” - um bem que se lhe torna absoluto e que se interpõe entre Deus e ele e que basta somente demonstrar-lhe a qualidade relativa deste bem para “destruir” os ídolos e para o ato religioso voltar, por si mesmo, ao objeto adequado.  Esta concepção supõe que o contato do homem com bens finitos que ele “idolatra” é, em última análise, da mesma natureza que o contato com Deus e só difere quanto ao objeto; neste caso, a simples substituição do objeto falso pelo autêntico poderia salvar o pecador.  [...]  Aquele que é dominado pelo ídolo, que ele quer ganhar, possuir e reter, que é possuído pela vontade de posse, não tem outro caminho para Deus senão a conversão que é uma mudança, não somente quanto ao fim, mas também quanto ao tipo de movimento.  Cura-se o possesso revelando-lhe e ensinando-lhe o verdadeiro vínculo e não orientando para Deus sua obsessão.  Se alguém permanece no estado de posse, o que significa o fato de, em vez de invocar o nome de um demônio ou de um ser disfarçado em demônio, se invocar o nome de Deus?  Significa que, com isso, ele blasfema.  É blasfêmia quando alguém depois que o ídolo saiu atrás do altar, pretende apresentar a Deus a oferta ímpia sobre o altar profanado (Martin Buber)
C.S. Lewis diria: Deus é "selvagem".  Tal dito significa que Deus não é "customizável" e tão pouco "domesticável".  O primeiro sinal que se está servindo o Deus bíblico é que Ele corrige os desejos para depois realizá-los.  A revelação de Deus e a verdadeira conversão envolvem denúncia e reajuste das intenções do coração.

Um idólatra abomina dizer "seja feita a tua vontade".   Se alguém que se diz seguidor e servo de Jesus se sente desconfortável ao pedir a vontade de Deus, pode ainda está vinculado a um deus falso ou mantém uma relação de "manipulação" e "posse", típicas da relação idolátrica.

Deve-se considerar que uma autêntica conversão é um confronto às expectativas idólatras.  O Deus cristão não se submete a vontades corruptas.  Quando transformam Deus em um agente de sucesso profissional ou prosperidade financeira, o que se vê, é uma relação inautêntica dirigida ao Deus autêntico.  Logo, entregar-se ao Deus da Bíblia envolveria um confronto contra todas as falsas expectativas egoístas, para a partir da libertação destes ídolos, lançar-se em fé à "boa e agradável" vontade de Deus.

E finalmente, pode-se concluir que a idolatria é instável, pois fracassando o ídolo, fracassa o devoto junto com ele.  A única segurança espiritual envolveria um abertura à auto-crítica e ao arrependimento genuíno.  Somente assim, a alma inquieta encontrará descanso e graça.  Conversão não é apenas uma mudança de divindades, mas uma alteração profunda nos vínculos e na forma de se relacionar com o verdadeiro Deus.

Teologia natural e a tarefa do artista cristão [vídeo]

Liberado o vídeo da palestra do Pr. Guilherme de Carvalho no III Congresso Internacional de Religião, Teologia e Igreja.  Evento que teve a participação da renomada escritora cristã Nancy Pearcey e também do reverendo presbiteriano Davi Charles Gomes.

A palestra trata A Teologia Natural e a Tarefa do Artista Cristão, uma relação importante sobre o papel daqueles envolvidos na tarefa cultural das arte e a visão de Deus (teologia).  Claro, os problemas da teologia natural também são abordadas. 


19 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

Ingênua Fé

Trecho do poema
de
Machado de Assis
(1839-1908)



"Tão poderosa é essa
Ingênua fé, que inda negando o nome
Do seu Deus, confiada aceita a morte,
E guarda puro o sentimento interno
Com que o véu rasgará da eternidade?
Ó Nazareno, ó filho do mistério,
Se é tua lei a única da vida
Escreve-ma no peito; e dá que eu veja
Morrer comigo a filha de meus olhos
E unidos irmos, pela porta imensa
Do teu perdão, à eternidade tua!"


17 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

Curtíssima #legalismo

Legalismo: Faça bem feito!
Libertinagem: Não faça, porque está feito.
Evangelho: Faça, porque tudo foi bem feito.
16 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

Missão e Martírio


Por Igor Miguel
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.  Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.  Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará. (Jo 12:24-26).
Ganhar a vida é perdê-la.  Perder a vida é inevitável.  Quem a desperdiça é aquele que a guarda, que a economiza.  Pois ao fazê-lo, acaba por entregá-la às mãos da tirania do tempo.  Ganhar a vida é perdê-la pelo bem último, pelo sentido final, o senso de eternidade, e assim reavê-la.  Os antigos chamariam de martírio.  

Martírio é testemunho, como em grego se encontra.  Martírio não é apenas ser levado à arena e ser comido por leões.  É o testemunho com a vida.  Não é fazer o que Cristo fez na cruz, mas fazer a partir do que Ele fez.  A singularidade de seu feito evoca o testemunho.  O poder da cruz convoca um exército de mártires, que não ceifam vidas, mas se entregam em missão.  Não é possível repetir a cruz, mas somente a cruz teria poder de fazer homens e mulheres se entregarem em ardente missão.

Missão e martírio sempre estiveram associados.  A missão é entregar a vida à tarefa de testemunhar o sacrifício e a ressurreição do Cristo.  A missão é no tempo e nas entranhas da deformidade, da injustiça social, das desigualdade e entre os exilados.  Tal tarefa, envolve perder fatias da própria vitalidade, entregar a própria existência em uma inevitável reprodução, apenas reprodução, da bendita cruz.

O missionário é o monge que quis transformar o mundo em paróquia, como fez John Wesley, ou o que se entregou à maestria como fez João Calvino, educando, semeando dignidade e esperança pautada no anúncio explícito, dramatizado, de que há um Senhor no mundo.
Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.  Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á.  Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? (Mt 16:24-26)
O martírio é sair semeando a vida pelo mundo, para depois sair colhendo os feixes.  A missão/martírio é uma tarefa de esvaziamento e negação de si mesmo.  Tomar a cruz, nos termos de Cristo, é assumir que, uma vez ligado a Ele, é entregue a tarefa existencial de re-dramatizar a paixão e encarnação de Jesus.

Paulo, o perseguidor, foi chamado para ser perseguido.  Sofrer em Cristo é anunciá-lo.
Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel;  pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome. (At 9:15-16)
O apóstolo dos gentios entendera até as últimas consequências o que significava tal tarefa.  A tal ponto foi unido a Cristo, que chegara a afirmar, que morrer seria ganho, enquanto o viver era Cristo (Fp 1:21).  A missão é perder para Cristo, para um ganho intraduzível, satisfação indizível, experimentada apenas por aqueles que se tornaram sacrifícios vivos.
15 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

Santificação por Louis Berkhof

Louis Berkhof  (1873-1957)
Teólogo cristão reformado de origem holandesa, radicado nos EUA.  Foi muito influenciado pela tradição reformada holandesa, principalmente por homens como Abraham Kuyper e Herman Bavinck.

"A santificação é obra do Deus triúno, mas é atribuída mais particularmente ao Espírito Santo na Escritura, Rm 8:11; 15:16; I Pe 1:2.  É particularmente importante em nossos dias [...] salientar o fato de que Deus, e não o homem, é o autor da santificação.  Especialmente em vista do ativismo, que é um traço tão característico da vida religiosa americana, e que glorifica a obra do homem, e não a graça de Deus, é necessário acentuar muitas vezes que a santificação é fruto da justificação, que aquela é simplesmente impossível sem esta, e que ambas são frutos da graça de Deus na redenção dos pecadores.  Conquanto o homem tenha o privilégio de cooperar com o Espírito de Deus, só pode fazê-lo em virtude das forças que o Espírito lhe comunica dia após dia.  O desenvolvimento espiritual do homem não é uma realização humana, mas é obra da graça divina.  O homem não merece crédito algum pela contribuição que lha dá instrumentalmente. "  (grifo nosso).

BERKHOF, Louis.  Teologia Sistemática.  São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 2002. p.492.

10 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

Psicologia Sectária

Por Igor Miguel 


A psicologia de uma seita é muito simples, mas se desvencilhar dela é muito complexo. Uma seita cria em você uma sensação de exclusividade, para isto, depende da depreciação de outros grupos. Precisa criar um discurso triunfalista, de que eles são a vanguarda, os pioneiros e que possuem uma "visão" superior, privilegiada e revolucionária.  Ao mesmo tempo, sempre possuem um discurso que depende da alegação de que "vêem coisas que ninguém mais vê", principalmente se possuírem um líder carismático, um modelo de super-santo, profeta ou apóstolo.

Geralmente, uma pessoa que vive neste tipo de ambiente não consegue se ver em nenhum outro tipo de comunidade, produz-se uma sensação de que não há vida para além dos muros de seu movimento. Pessoas que se frustram ou se decepcionam nestes lugares nunca mais se ligam a qualquer tipo de experiência comunitária. Sem contar, que serão tidos por rebeldes, traidores e desviados por aquelas pessoas com quem se relacionou por anos.  Grupos sectários precisam muito do "medo" como recurso para o funcionamento de seus interesses.

Outro detalhe importante:  é muito comum que as pessoas que chegam a ir para um grupo sectário, o tenham feito por causa de uma história de decepção com comunidades religiosas.  No Brasil, a maioria das pessoas que migram para grupos deste perfil, passaram por comunidades do tipo neo-pentecostal ou similares.  Geralmente, são pessoas com formação cristã muito rasa ou confusa.  Boa doutrinação resguarda muita gente destes erros. Boa doutrinação significa dar respostas eficientes e bíblicas para as dúvidas e  fazê-las a partir de uma boa tradição de mestres e teólogos que saibam lidar com elas.

O medo de criar novos vínculos é fatal e acaba em um ostracismo individualista, um tipo de cinismo religioso, se não se arriscarem a uma espiritualidade pautada na graça e na leveza do Evangelho. Se este é o tipo de experiência que você tem passado, um conselho: quanto mais se demora em um grupo sectário, mas difícil e dolorido é o processo de ruptura. Então, tome a decisão que precisa ser tomada e confie que o Espírito Santo te guiará a toda verdade, esta é uma promessa de Jesus.  Sim, João o apóstolo estava certo quando disse que o "amor lança fora o medo" (I Jo 4:18).
5 de ago. de 2012 | By: @igorpensar

Fome de Deus


Não haveria fome se não houvesse alimento para saciá-la. 
Não haveria fé se não houvesse Deus para satisfazê-la. 
O fato de você não encontrar comida, 
não quer dizer que ela não exista, 
a evidência é a fome. 
O fato de você não encontrar a Deus, 
não quer dizer que Ele não exista, 
a evidência é a busca.