28 de jun. de 2008 | By: @igorpensar

Homoculturalgenéticosexual... um neologismo.

O querido Pr. Guilherme (teólogo) em seu blog fez uma interessante reflexão sobre os pressupostos genéticos usados por cientistas para justificar a homosexualidade.

Seu artigo está disponível neste link: http://guilhermedecarvalho.blogspot.com/2008/06/o-homossexualismo-no-contra-natureza.html

Fiz um comentário sobre seu artigo, que é como se segue:

Guilherme,

Excelente post. O calcanhar de Aquiles é o termo "natureza". Interessante pensar que Freud define civilização em seu "Mal estar da civilização" como a 'distância do homem de seu estado de natureza'. Interessante pensar que o mesmo criador da psicanálise postula a existência de um hiato no homem, uma inacabalidade, por isso criou-se uma "prótese" (em suas palavras), que mais tarde foi traduzida pelos antropólogos pelo nome de "cultura". Que é definida pela maioria dos estudiosos como algo ligado à valores, códigos, leis, etc. Interessante, pois para eles, é nessa esfera que reside a "natureza humana" algo que o distancia dos animais, da "natureza" propriamente dita. Admite-se a distância, mas quando se quer justificar alguma nova invencionisse cultural, apela-se às leis da não-civilidade (natureza). Contradição irônica? Não! Falta de Bíblia, de perceber que o hiato é um efeito da queda, de um homem fragmentado ou estilhaçado pela queda. De uma corrida aos totens e às roupas de folhas de figueiras, para esconder os efeitos da tragédia. Ironia? Recorrer à natureza para esconder a vergonha, não é novidade, ai se aquelas folhas falassem.

Abraços e parabéns!
Igor

Aliá - A Lei do Retorno - experiência de alguns.

Israel estimula a imigração de judeus de qualquer lugar do mundo e a apesar da incrível estrutura para a adaptação dos olim chadashim (novos imigrantes), imigração sempre é uma experiência complexa, aprender um nova língua como o hebraico, adaptar-se à cultura israeli, as diferenças em relação à cultura latina, ainda não é tarefa fácil. Mas, sem dúvida é um desafio que todo aquele que deseja retornar à terra de seus antepassados. Simplesmente... Israel. Veja essa matéria do Jornal da Record sobre a adaptação de judeus e mesmo não-judeus brasileiros que imigraram, inclusive um cantor de música baiana. Coisas da globalização!

[Clique aqui e assista]

Retratos Literários de Jesus - NEJ-UFMG


O NÚCLEO DE ESTUDOS JUDAICOS DA UFMG

convida para o seminário:

Retratos literários de Jesus

Profª. Drª. Delzi Laranejira (UFMG)

Dia: 3 de julho 2008

Local: Auditório 2001 da Faculdade de Letras da UFMG

Horário: 14 horas

Outras informações: www.ufmg.br/nej

26 de jun. de 2008 | By: @igorpensar

Deus na Escola. Templos sem Deus?

Por Igor Miguel

Hoje palestrei em uma escola pública sobre holocausto e o conflito árabe-israelense, e me chamou a atenção as impressões de uma professora "evangélica" que me abordou dizendo que deveria falar da Bíblia de forma mais "rasgada", pregar o "sangue de Jesus", tudo isso sob àquela verborragia convencional do neo-pentecostalismo. Segundo ela, falar mais "espiritual" e menos "cultural".

Minha contra-resposta: Por meu discurso ser cultural, não quer dizer que ele é menos espiritual. O fato de não usar o jargão religioso convencional, não significa que minha fala é desprovida de espiritualidade. Não preciso falar o "evangeliquês" ou o "cristianês" para ser compreendido por alunos do Ensino Médio, preciso operar nas mentes com contra-argumentos enraizados na ética judaico-cristã, para minar os fundamentos sofismáticos do mundo moderno que é anti-semita e caminha para a fragmentação da família e dos valores forjados por Deus no homem. A mensagem de Jesus implica em justamente libertar mentes do cativeiro cultural, de uma visão de mundo distorcida.

Falei de ética, falei de vida, falei de paz, política e princípios. Discursei sobre a existência de Deus conduzindo um povo do sofrimento à restauração de seu país, em uma linguagem que professores, alunos e jovens (entre os 17-20 anos) podiam compreender, não preciso levantar uma bandeira confissional ou religiosa, para falar a mensagem essencial, ela foi dita na espiritualidade da cultura.

Acho incrível como os religiosos do ocidente (em geral), despedaçam a realidade, fragmentam o mundo, excluem Deus de tudo e não conseguem perceber que Seu governo se estende a todas as esferas da existência humana.

A espiritualidade não está fora da dimensão cultural. A cultura é manifestação espiritual em sua raiz, impressões de uma alma que quer se religar (religare - religião em latim) com a transcendência de um Deus que governa a história, mesmo que ela pareça caótica.

A referida devota de Cristo, poderia ver as coisas como eu vi, os olhos daqueles jovens brilhando, quase que hipnotizados, algo que buscavam há anos estava ali diante deles, almas sedentas, sujeitos cansados de serem explorados pelo hedonismo que nada custa, salvo para aqueles que se vendem para adquiri-lo.

Deus está profundamente preocupado com esses jovens, preocupado principalmente porque os guetos religiosos falam uma linguagem hermética, um dialeto quase intocável para a maioria deles. Quando se toca essas almas com as palavras certas, com a palavra donde procede a fé, as máscaras caem e finalmente são despidos ante a esperança de que podem ser melhores, que nossas decisões têm conseqüências e que as coisas não são descartáveis como nos ensinam.

Ouvi perguntas, que raramente ouço de religiosos convencionais, ouvi angústias que raramente ouço de sacerdotes e caciques espirituais, ouvi a alma.

Sinceramente, raramente vi Deus de uma forma tão nítida como vi hoje. Realmente nosso templos religiosos precisam melhorar sua espiritualidade. Deus está na escola, só espero que também esteja em nossos templos.

The World is a Ghetto - P.O.D.

O amor ainda é a ética máxima, a cura para os cismas, a grande lição de concordar em discordar. Não me importa pensar diferente, a diferença é o que nos torna um. Unidade na diversidade é a expressão máxima da criatividade de D'us. Amar é o único mecanismo que torna isso possível. Amar ainda é uma música que não saiu de moda, cante e diga com mais freqüência... me perdoe! Simplesmente ame...

O amor é um toque tão profundo, que o mais violento, o mais rancoroso se fragiliza ante o poder de alguém que modestamente ama. O amor é o único golpe que realmente funciona, a punhalada que curada cicatrizes, que une inimigos.

O mundo é um gueto de pessoas como eu e você!

Nilson, valeu pelo clipe, então ouça e leia:

Gueto (Ghetto) - P.O.D.

Eu acredito que este mundo confia no amor (2x)

Realmente, nunca poderíamos concordar
Sobre qualquer coisa de nossas vidas
Entre mim e você. É bem diferente.

Nunca vemos as coisas da mesma forma
Nós devíamos concordar em discordar
Talvez, se nos unirmos em amor possamos resolver isso

coro:
Eu creio que você e eu superaremos
Eu creio que você e eu confiamos no Amor

Se você pensa que eu sou tão confuso assim
Ou se você sente o modo que eu faço
Então, não mais mostre este seu ódio interior

Vivendo neste mundo de dor
Não deixe isso te abater,
Mas: "O mundo é um gueto!"

coro:
Eu acredito que este mundo confia no amor
Eu creio que você e eu confiamos no Amor


20 de jun. de 2008 | By: @igorpensar

Pensamento Judaico-Cristão Ocidental

Por Igor Miguel

Não é de hoje que pensadores e filósofos percebem que a ética do ocidente tem profundas raízes na visão de mundo do judaísmo e do cristianismo seu desdobramento. Até diria mais, perdoem-me pela ousadia, o ocidente de alguma forma nasceu do conflito entre judaísmo e cristianismo.

De alguma forma, os conflitos internos, as respostas da inquirição que logo virou inquisição, o pensamento progressista de protestantes e judeus, ante à ética católica-medieval de apego à abstinência e ao ascetismo, a visão dualista de um mundo objetivo e outro subjetivo do escolasticismo, desse emaranhado de coisas, de linhas que se encontram e se desencontram, de reformas, contra-reformas, conversões forçadas e reavivamentos, nasce o ocidente.

Porém, os efeitos são diversos quando se pensa em hemisfério sul e norte. Lá, os fundamentos éticos tem raízes no puritanismo, no avivamento inglês, em um cristianismo que prima pelo comportamento e pelo "negócio*", combate a ociosidade, e evoca a criatividade dos "predestinados".

Aqui, importa-se o medievalismo, o dualismo, a desintegração da realidade, e o reducionismo eclesiológico, centrado na justificativa da pobreza como virtude, da ignorância como um dom, da sacramentalização da injustiça. Quando não, reduzem Deus a um ídolo, a um mordomo fiel, que presta serviços mágicos em nome de Mamon, no final das contas J. Knight autora da obra neo-pagã "O Segredo" tem razão quando sob posse de uma suposta entidade de Atlantida diz: "Nós somos Deus".

Me cansa essa estupidez, esse velho discurso do sr. Nimrode, a semântica da velha serpente. Derrubem os altares, saiam de Babilônia, já dizia Bob Marley parafraseando a Apocalipse de João, esta é a ordem do momento.

Doi pensar que essas são nossas raízes, dói pensar que nos foi legado a marginalização. Quem dera fossemos uma colônia holandesa, ao menos receberíamos a ética protestante, a iluminação judaica, o trabalho calvinista.

Ora, o que nos angustia é pensar que não herdamos o convívio entre judeus e gentios presente nos amigos do Norte, os representantes da eclesiologia oficial levantaram a parede de separação, e o equador sentiu os efeitos dessa aberração. Enquanto judeus e gentios andarem juntos, haverá espaço para evolução, para diálogo, para reconciliação. Um bom começo, para não dizer o fim - em sentido teleológico - seria retomar o legado dos judeus, a ética do Monte Sião, desalojar o ocidente do dualismo de plotino, afinal dizia Tertualiano: "o que tem haver Atenas com Jerusalém?", boa pergunta!

Mesmo, o crescente "avivamento" carismático católico e o neo-pentecostalimo evangélico, não dão conta da demanda ética, ou tendem a um moralismo anacrônico, ou ao liberalismo justificado pela "graça", tão profunda graça, manchada pelo antinomismo veementemente combatido por João Calvino.

Cansei de ser mal-caráter, cansei de viver uma fé desprovida de respostas objetivas, uma fé que não me liberta. A verdadeira fé tem raízes na expressão hebraica emuná que significa acima de tudo crer confiantemente e fielmente, firmeza doutrinária e ética, obediência irrestrita para aqueles que já desfrutam da condição de filhos de Deus por sola gratia.
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*No sentido de negar o ócio.
14 de jun. de 2008 | By: @igorpensar

Windos Vista X Ubuntu (Linux)

Tire suas próprias conclusões... he he he!

Para quem tem dúvidas, minha experiência de algumas semanas de Ubuntu, simplesmente, eu fico com raiva quando uso o Windows, como pode um sistema operacional roubar tanto recurso de processamento e memória, como pode um SO regredir, ao invés de evoluir. A solução? Um êxodo comunitário para o mundo livre, venha para o Ubuntu você também!



10 de jun. de 2008 | By: @igorpensar

Bibleworks 7.0 no UBUNTU (Linux) via WINE

*Este comentário foi postado em http://forum.ubuntu-br.org/
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Olá a todos!

Eu sou usuário iniciante do Ubuntu 8.40, e eu havia feito o uma tentativa de entrar no mundo Linux através do Kuruma e na ocasião foi muito legal e tal, mas depois alguns bugs complicados, algumas incompatibilidades de hardware, dificultaram minha permanência no mundo livre. Depois, retornei ao referido mundo, pelo viés Ubuntu, e fiquei impressionado com estabilidade e a resposta rápida do Ubuntu quanto mais em interface Gnome, que é enxuta sem menciona efeitos de cair o queixo.

Pois bem, tudo que preciso - basicamente - como replacement aos softwares windows, eu consegui. Exceto, um software for windows, que considero o mais poderoso aqueles que estudam teologia e trabalham com textos Bíblicos de forma acadêmica. Refiro-me ao Bibleworks 7.0 http://www.bibleworks.com, que apesar de sua versatilidade não roda aqui no Ubuntu a priori.

Vi que ninguém havia postado nada do gênero em língua portuguesa, e me parece ser a angústia de alguns usuários em língua inglesa, por isso achei por bem postar a solução simples, para se rodar o Bibleworks via WINE.

Como não há bibliotecas (dll's) dispersas nesse sistema, simplesmente copiei a pasta: BibleWorks 7 que está em Program Files para /home/igor/.wine/drive_c/Program Files e simplesmente executei o arquivo: bw700.exe contido nessa pasta, agora dentro do diretório WINE.

Simples assim, o Bibleworks 7.0 rodou bem, reconhecendo fontes gregas, hebraicas, os dicionários de hebraico e grego, bem como as gramáticas. Obviamente, era de se esperar algumas mudanças visuais e pequenos bugs, o que considero irrelevante ante a funcionalidade daquelas ferramentas essenciais do BW.

Lembro que o BW rodará da mesma forma como ele foi instalado no Windows, disponibilizando as mesmas versões da Bíblia e os módulos instalados. Aconselho, que caso queira alguma ferramenta adicional que o faça via windows e depois copie os arquivos, seguindo o procedimento acima.

Espero que ajude em alguma coisa.

Igor Miguel

Avô cria navegador de internet para neto autista

Fonte: www.g1.com.br

Programa bloqueia conteúdo impróprio e destaca material infantil. Ícones na tela são maiores que os tradicionais, facilitando navegação.

ohn LeSieur trabalha com software e achou curioso o fato de os computadores parecerem inúteis para seu neto de seis anos, Zackary. O garoto tem autismo e tudo o que era apresentado pelo PC o confundia a ponto de ele jogar o mouse, como sinal de frustração.

LeSieur tentou encontrar ferramentas na internet que pudessem guiar seu neto pela web, mas não conseguiu encontrar nada satisfatório. Foi então que ele decidiu criar um navegador, chamado Zac Browser For Autistic Children, em homenagem a Zackary. A ferramenta está disponível gratuitamente aqui.

O navegador simplifica a experiência de usar um computador. Ele bloqueia conteúdo violento, pornográfico ou inadequado para crianças, enquanto dá ênfase a games educacionais, vídeos, música e imagens de entretenimento (como um aquário), disponíveis em páginas de conteúdo gratuito. A idéia é reduzir o controle de crianças como Zackary, que se confundem quando encontram muitas escolhas.

O browser também desabilita itens “desnecessários” do teclado, como "Print Screen", e inutiliza o botão direito do mouse. Isso elimina comandos que as crianças geralmente não precisam e também reduz as chances de criar insegurança entre os autistas.

Os usuários do Zac Browser selecionam atividades usando ícones maiores que os tradicionais. O programa também é configurado para que não exiba anúncios ou outras imagens que possam distrair o usuário. “Tentamos evitar sites complicados ou agressivos, porque o importante na navegação é a auto-estima. Se a situação não estiver sob controle, esses internautas ficam facilmente frustrados”, diz LeSieur.

Geralmente o autismo afeta a habilidade de comunicação das pessoas e Zackary não fala muito. Mas sua mãe, Emmanuelle Villeneuve, disse que o filho navega sozinho usando o browser especial. Ele ouve música e monta quebra-cabeças -- atividades que ele já gostava no universo off-line, mas que não conseguia realizar on-line. Além disso, enquanto o garoto tem reações negativas contra a TV, ele não se manifesta da mesma maneira em relação ao computador.
5 de jun. de 2008 | By: @igorpensar

Wiki-Verbete "Reuven Feuerstein"

Sempre me angustiou a ausência de um verbete na Wikipedia a respeito do educador Reuven Feuerstein. Infelizmente, no Brasil as coisas demoram muito para chegar, e procurei encurtar um pouco essa distância ao menos aos wiki-usuários, a respeito desse grande psicólogo da educação e suas contribuições para o conceito 3T (teaching-to-think). Ensinar a pensar, a propósito é a coluna vertebral, o ponto nefráugico desse blog. Gostaria, que mais educadores passassem por aqui e deixassem suas impressões.

Pois bem, fiz a primeira contribuição a respeito de Reuven Feuerstein na wikipedia. Uma combinação do artigo em Inglês com meu projeto de monografia.

Verbete "Reuven Feuerstein" na wikipedia.

Abraços,
Igor Miguel
2 de jun. de 2008 | By: @igorpensar

Provérbios de Salomão: conceitos educacionais e mediacionais

Publiquei junto com meu amigo Emerson Amaral um artigo, que acredito seja de interesse para alguns, em que procuro resgatar alguns conceitos desse antigo, mas sempre atual, livro ético, que considero perfeitamente compatíveis com alguns fundamentos da educação cognitiva.

O artigo foi publicado pelo Núcleo de Estudos Judaicos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. Espero que apreciem!

Leia agora.

Abraços,
Igor Miguel

Vamos pensar... sobre a inclusão!

Por Igor Miguel

O conceito inclusão educacional, tão em voga na atualidade, tem implicações muito mais profundas do que se pode imaginar. Normalmente, tal conceito refere-se ao processo de inserção do sujeito com algum tipo de deficiência evidente como síndromes estruturais ou dificuldade de acessibilidade neuromotora-sensitiva, no espaço educacional. Porém, a inclusão fundamenta-se principalmente na chamada declaração mundial dos direitos humanos, que assevera a educação como um direito de todos.

No acesso à educação, aqueles sujeitos com “dificuldades evidentes” eram os primeiros a serem excluídos, por falta de infra-estrutura material e humana.

Ainda que de forma letárgica, a educação no Brasil caminha a passos de tartaruga, mas caminha. Dirige-se no sentido de criar espaços mais adequados e pessoas mais capacitadas para contribuir com a inclusão desses sujeitos com necessidades educacionais especiais.

Porém, há uma exclusão que ocorre no interior dos espaços educacionais, que produz um outro sujeito deslocado ou privado daquilo que é essencialmente educativo. O que dizer daqueles alunos, ditos “normais”, que sofrem uma série de distúrbios psico-afetivos, violentados, traumatizados, excluídos, ou que vivem, em ambientes hostis? O que dizer de professores que rotulam tais sujeitos de incapazes ou justificam o baixo desempenho de aprendizagem baseados em diagnósticos obscuros fundados no senso comum ou em um tipo de ingenuidade pedagógica?

Ora, o problema da exclusão não se resolve a inserção de sujeitos com necessidades educacionais especiais no espaço escolar. Professores, supervisores, orientadores e gestores em geral, podem ser agentes em potencial para excluí-los durante o processo de aprendizagem.

Turmas homogêneas, segregação de alunos com “dificuldades” de aprendizagem, deslocamento de professores ditos “pacientes” ou “bravos” para lidarem alunos indisciplinados, são mecanismos obscuros, parte de um currículo oculto, que sustenta uma exclusão interna.

Não haveria alguma possibilidade de subversão à ditadura dos rótulos ou do discurso da incompetência, da incapacidade? Será que um aluno não pode aprender ou se desenvolver cognitivamente, para além da chamada “deficiência” ou da “dificuldade escolar”?

Segundo Reuven Feuerstein sim, é possível. Este teórico da educação em seus vários anos de investigação com crianças sobreviventes de guerras, com síndromes estruturais ou imigrantes em processo de absorção cultural, afirma que é possível educar para além da deficiência.

Feuerstein escreveu um livro intitulado em inglês por: Don't acept me as I am! (Não me aceite como eu sou), referindo-se ao conformismo de pais e professores ante a deficiência de seus filhos ou alunos, sob o discurso obscuro de adaptação do mundo ao sujeito com “dificuldade”. A idéia é justamente o contrário, é não aceitar a “deficiência”.

O que se vê são estruturas, seja em âmbito familiar como escolar, que produzem nenhuma instabilidade cognitiva, ao contrário, são estruturas conformadas e conformadoras. Conformadas porque se acostumaram com o “deficiente”, e não provocam nenhuma mudança para que o referido aluno saia dessa condição. Conformadoras, porque além de se adaptar à deficiência, ainda contribuem para sua manutenção.

Dinâmicas inclusivas, precisam ser acima de tudo provocadoras, instáveis ou em outras palavras, deve conduzir o “deficiente” à mudança, à sublevação de limites impostos pela estrutura que envolve uma suposta limitação física ou psíquica.

Alunos com necessidades educacionais especiais envolve também aqueles aprendizes com dificuldades de aprendizagem, que sofrem de privação cultural, limitações cognitivas por falta de mediação, ou ainda, que demonstram clara dificuldade de aprendizagem, não porque são portadores de alguma deficiência estrutural, mas porque não foram mediados suficientes.

A ausência de sujeitos decodificadores da realidade, de mediadores humanos que se interponham entre o aluno e o mundo, interventores que expliquem a seus aprendizes como as coisas são, fornecendo-lhes ferramentas psicológicas, instrumentos para a transformação do mundo, tem provocado a exclusão desses sujeitos do processo básico da aprendizagem: o pensar.

Esses são excluídos não porque possuem algum deficiência evidente, mas por causa da baixa intencionalidade de mestres, professores, pais e mediadores naturais.

Os mentores da educação inclusiva poderiam levar em consideração o sentido amplo de inclusão, que implica na intervenção de mediadores culturais provocadores, que se coloquem em posição intermediária entre o universo dos estímulos, das relações sociais e dos conteúdos curriculares, e a vida intrasubjetvia, que envolve o pensamento desse excluídos no interior da dinâmica escolar.

A inclusão inclui ensinar à pensar!