17 de mai. de 2012 | By: @igorpensar

Judaísmo o que?


Prezados leitores,

Como minha ida ao evento na Congregação Shear Yaakov em São Paulo, como anunciado no site Yeshua Chai anda repercutindo entre os líderes do Ministério Ensinando de Sião e simpatizantes, vou deixar claro aqui no meu blog os seguinte termos:

Em nenhum lugar neste site vocês encontrarão que me oponho ao judaísmo-messiânico como espaço culturalmente apropriado para judeus autênticos expressarem sua fé no Messias Jesus.  Ao contrário, minha luta é contra o falso judaísmo-messiânico ou a distorção travestida de judaísmo messiânico que assumiu uma forma híbrida em território brasileiro.  Me refiro ao restauracionismo, que é uma outra coisa, que pretende indiretamente descredibilizar o cristianismo, suas raízes históricas, produzindo uma sensação de desenraizamento entre cristãos.  Para isto basta ler texto já publicados aqui e aqui.

Gentios cristãos quando em crise com sua fé, em termos históricos e espirituais, e quando desconhecem sua própria história e o evangelho mesmo, tornam-se suscetíveis e tentados a se tornarem judeus, entrando em uma busca frenética por "genealogia", "ancestralidade" ou coisas do gênero.  Quando não conseguem encontrar nenhuma ancestralidade ou não inventam traços de judaicidade, entram de cabeça em propostas teológicas que asseveram que um não-judeu ao "guardar a Torá" ou "observar práticas judaicas" será abençoado etc.

Meu conhecimento do movimento, inclusive entre seus pioneiros, me leva a ver outra coisa: o judaísmo-messiânico jamais pretendeu trazer algum tipo de complicação ao cristianismo.  Como vejo alguns intelectuais do movimento asseverando.  O que querem estes reais e raros judeus-messiânicos, repito, é apenas um espaço no Corpo de Cristo para viverem sua fé e cultura (ponto).  Agora, engajar-se em uma agenda de "restauração da Igreja do I século", como se "restaurar raízes judaicas da fé cristã" fosse um grande objetivo do movimento é uma contradição, inclusive ao "statements" das grandes uniões (UMJC) e similares.

A grande verdade é que ser judeu é:  ser filho de mãe judia.  Em alguns casos, tolera-se o filho de pai judeu.  Ou seja, a memória transmitida e a legitimidade comunitária é o que determina identidade judaica.  Mas, poucos judeus crentes em Jesus no Brasil gozam desta ancestralidade.  Logo, o desconforto e a tensão, inclusive experimentada por aqueles que encabeçam o restauracionismo no Brasil, quando não arrumam um teologia para fundamentar suas escolhas (como fazem os chamados "nazarenos" ou os da teologia "efraimita"), valem-se do fenômeno "marrano" ou do "criptojudaísmo", para sustentarem uma judaicidade simplesmente questionável, alegando um suposto apoio ou interesse de Israel a respeito do marranismo.

Ora, qualquer pessoa que acompanha o fenômeno, sabe, que não há meios de se comprovar judaicidade destes marranos, pelo simples motivo de terem, se tiverem mesmo, uma precária memória oral, sem qualquer testemunho documental.  Logo, o único "tira dúvidas" nestes casos, seria a conversão formal ao judaísmo, como tem sido o tratamento até o momento por parte de algumas iniciativas judaico-ortodoxas.  E se uma pessoa que diz ter Jesus Cristo como seu Senhor, entende a doutrina paulina da adoção, entende a obra magnífica de Deus ter introduzido pecadores na santidade de Deus por meio do sacerdócio de Jesus, ainda dedica tempo, energia, esforço e entra e uma busca frenética ad infinitum por legitimidade até estes termos, sinto muito, está devotando-se a um ídolo.  Enquanto, nós cristãos simplesmente dedicamos energia, para comunicar Cristo nas periferias, em países não alcançados, em nossa vida profissional, para testemunhar e viver Jesus, estes vivem dia-a-dia, só pensando em serem autenticamente judeus perante a comunidade judaica, que ainda simplesmente os vê como não-judeus e ponto.

Outro ponto importante, insistem em afirmar que eu disse que é necessário crer em Calvino, Lutero e/ou os pais da Igreja para que alguém seja salvo.  Qualquer leitor do meu blog, sabe que jamais diria algo tão ridículo.  O que tenho asseverado é que a fé protestante clássica assevera a Escritura como única regra de fé e prática, e isto concordamos todos, entretanto, o cristão precisa considerar seriamente o que nossos irmãos do passado já leram sobre ela. A isto chamamos "tradição".  Interessante, que judeus-messiânicos como David Rudolph, um expressivo teólogo do movimento, esteja envolvido com esta redescoberta da herança teológica cristã junto com outros cristãos nos EUA, que diferença!

A tradição cristã por sua vez não tem autoridade final, e sim as Escrituras, mesmo ela está submetida aos critérios das Escrituras.  Como bem observa Alister McGrath em um excerto que coloquei aqui há alguns dias.  Engraçado que, estes citam rabinos judeus não-crentes com toda tranquilidade, Maimônides, Hilel, Elizer Ben Yehuda, Rabi Akiva etc, e ninguém se incomoda. Alegam que cristão guardam tradições de homens, mas praticam uma liturgia, em muitos pontos, igualmente não relatada nas Escrituras, ostentam símbolos rabínicos como kipá, luzes de shabbat etc etc, sem nenhum desconforto.   Veja bem, todas estas tradições são legítimas dentro de uma comunidade autenticamente judaica.  Mas, o que me incomoda, é a alegação de aquelas práticas tradicionais, realizadas por cristãos sejam pagãs, indiscriminadamente.  Ora, para mim é uma clara afirmação de superioridade cultural, e isto é uma distorção típica de movimentos restauracionistas, desde seus primórdios.

Pelo que me consta, não há nada entre homens como Joseph Rabinowitz, Moshe Ben Meir, Yechiel Tsvi Lichtshtein e outros pioneiros do passado, que o judaísmo messiânico tenha como missão "restaurar o cristianismo" ou levar cristãos a restaurarem suas "raízes judaicas da fé" como algo central para a Igreja Cristã.  A fé cristã e apostólica se sustenta unica e exclusivamente em Cristo em no evangelho, como exaustivamente defendo.

Logo, minha objeção teológica e crítica é ao restauracionismo que concentra energia em assuntos completamente estranhos ao judaísmo-messiânico, como o conheço em suas origens e em breve história, quando comparada com a tradição protestante.

Então, digo claramente, não se deve confundir "restauracionismo judaizante" com "judaísmo-messiânico".  Mesmo que as grandes instituições do movimento apoiem comunidades ou ministérios que praticam "restauracionismo judaizante", o fazem por seus motivos, que a meu ver são igualmente sujeitos a críticas, os quais dispensam comentários.

De qualquer forma, práticas restauracionistas devem ser duramente criticadas, principalmente em dias em que a fé cristã em território brasileiro caminha para um crescente interesse pela centralidade de Cristo e do evangelho.  Que Deus nos ajude a repelir tamanho engano que procura descredibilizar a fé cristã e ofuscar a verdadeira proposta do judaísmo-messiânico.

Por favor, até hoje não vi nenhum tratamento apropriado sobre as coisas que tenho dito e escrito.  Vejo, uma apelação espiritualista e sentimentalista, sem nenhum tratamento dos pontos aqui defendidos.   Vejamos agora algumas coisas que foram escritas a meu respeito no mural do facebook de Joseph Shulam.  A propósito, a conversa foi completamente removida do mural dele, depois que este texto foi publicado, o arquivo em PDF com a conversa na íntegra pode ser acessado aqui.  Abaixo seguem algumas sentenças e minhas réplicas:
"Sr. Igor tem publicamente denunciado todo movimento messiânico, tem falado contra a liderança do movimento messiânico, e pediu às pessoas que não orassem por mim quando estava no hospital em Nova Iorque." (Joseph Shulam)
Não me posicionei contra o movimento messiânico, mas contra o restauracionismo judaizante, que infelizmente se traveste de judaísmo-messiânico.  Quanto ao período em que o Shulam esteve no hospital, eu não disse para não orarem por ele, nunca disse isto, ao contrário, eu mesmo orei pela melhora dele, minha esposa é testemunha.  Pois Cristo me ensinou a orar por todos indistintamente, meu desconforto com todos deste movimento é apenas de natureza teológica.
"Ele experimentou a Torá de Deus e voltou ao velho vômito, como as Escrituras dizem." (Joseph Shulam)
Vejam bem, observem o que é o evangelho para o sr. Shulam: a Torá.  Isto é insustentável, o evangelho é Jesus Cristo, não a Torá. A Torá (lei) mesmo é o "aio" ou "pedagogo" que nos conduziria a Cristo, diz Paulo.  Então, o que estes restauracionistas afirmam é que minha atual experiência e vivência com Cristo em uma comunidade cristã, engajada no amor a Deus, junto com toda comunidade cristã, é "vômito", e depois afirmam em seus púlpitos que não se julgam melhores do que ninguém.  Eu sempre disse que este discurso era para mascarar as intensões reais deste movimento.
"O que acontece aqui é que alguns querem destruir o trabalho e visão do judaísmo-messiânico e o direito dos judeus para expressar sua fé sem qualquer qualquer rei [coisa] da moderna inquisição protestante."  (Matheus Zandona Guimarães)
Como assim destruir?  Ao contrário, quero que os judeus crentes vivam legitimamente sua identidade, tanto que vou a uma comunidade judaico-messiânica este final de semana para comungar com aqueles que são legitimamente judeus em Jesus, para asseverar o direito deles viverem como tais, e para desencorajar gentios cristãos a não caírem na tentação de quererem se tornar  judeus.  Nada que bons judeus messiânicos concordariam.  Mas, claro, restauracionistas vão se sentir desconfortados com isto.
"Vocês não podem ignorar esses fatos. Não deveriam jamais colocar em vosso púlpito uma pessoa que fez uma declaração endereçada à 'Igreja' pedindo perdão por fazer parte do Judaísmo Messiânico, e atestando que a aceitação de dogmas como a 'Trindade' e a inflabilidade de líderes protestantes como Calvino e Lutero, são obrigatórios à salvação do discípulo. Não pode colocar em vosso púlpito uma pessoa que se colocou como inimigo da Restauração dos Anussim, um assunto que atualmente ocupa os principais debates acadêmicos e religiosos de ISRAEL e Portugal. É exatamente sobre isso que ele irá palestrar. Sei que há pseudo-judeus por aí e que complicam a vida de todos nós. Também somos contra esses grupos. Porém, colocar esses grupos juntamente com um mover do Eterno como a restauração dos Anussim, é muita insensatez!"  (Matheus Zandona Guimarães)
No documento me retrato (junto com meus irmãos) de ter ido contra a Trindade, por motivos óbvios, quem questiona a plena divindade do Pai, Filho e Espírito Santo, sim deveriam ser vedados de subirem aos púlpitos e não o contrário.   Nunca em nenhum lugar alego a "infalibilidade dos reformadores ou dos pais da Igreja", ao contrário eles estão sob o crivo das Escrituras, mas, assim como vocês respeitam o sr. Shulam como alguém de importância para vosso movimento, nós preferimos honrar nossos mestres cristãos do passado, o que não significa irrestrita submissão ou uma leitura acrítica.  Esta é uma acusação ridícula e indigna de maiores esclarecimentos.

Não pedi perdão por fazer parte do judaísmo-messiânico, mas por fazer parte de um movimento restauracionista judaizante.   Ao contrário, o que alegamos no documento é:

Apesar de tudo que foi mencionado acima, a nossa retratação não se refere nem pretende atingir a legitimidade do judaísmo-messiânico como movimento apropriado para o acolhimento de judeus que reconhecem a Jesus como Messias, Salvador e Senhor, pleno de sua divindade. O judaísmo messiânico em suas principais representações internacionais, como o UMJC (União de Congregações Judaico-Messiânicas - EUA), é ortodoxo em sua confissão, não ferindo os pilares da fé em Cristo. Esse mesmo movimento deixa claro sua discordância com aqueles grupos que pretendem aplicar uniformemente a Torá (lei) a todos, sem compreender as vocações específicas.
Agora, vejam a docilidade e o tom diretamente doutrinário e teológico  que nossa posição é tratada:
"Saibam porque líderes de comunidades cirstãs sérias em Brasília, São Paulo, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, dentre outros estados, cortaram definitivamente o relacionamento com ele e sua gangue. "  (Matheus Zandona Guimarães)
Curiosamente, com todos os problemas e discordâncias teológicas que tenho com a proposta doutrinária do Ensinando de Sião, jamais ousaria me dirigir a estas pessoas nestes termos. Mesmo, vendo que estão doutrinariamente afastados da centralidade e suficiência do Evangelho, jamais os chamaria de "gangue".  Desculpe-me Matheus, mas, eu te perdoo por esta acusação grave.  Uma pena que você não consiga tratar as questões aqui da forma apropriada, e faça apelações nestes termos.  Mas, não se preocupe, eu o perdoo por isto, Jesus me ensinou isto.  Mas, reafirmo, que continuarei não concordando com vários dos pontos ainda sustentados por vocês, vossa ênfase é errada.  Hoje, todos nós, que desfrutamos da alegria de um evangelho simples, centrado em Cristo, sabemos como é destrutiva uma teologia que coloca outras coisas como centro, excluindo o evangelho da graça pregado pelos santos apóstolos.

A propósito, se Deus quiser, estaremos na Shear Yaakov, compartilhando nossa trajetória de fé em Cristo.  Sinto muito que isto tudo tenha causado tanto transtorno a vocês.

Na graça de Cristo,
Igor

________
*Estes trechos foram retirados do mural do facebook do sr. Joseph Shulam.  Para acessar a conversa na íntegra (PDF)  clique aqui na íntegra.

26 comentários:

Aender Borba disse...

Igor, meu amigo, excelente sua exposição. É essa clareza faz com que a cada dia nossa fé seja afirmada perante Deus e o homens.
Glorifico a Deus porque é ELE quem te dá forças para continuar denunciando esse trabalho (anti-cristão em seu sentido mais original) que, infelizmente, se traveste de "judaísmo". O que está em jogo é o orgulho, a soberba e a afirmação da autonomia humana que esses sujeitos carregam em suas atitudes e palavras.
Louvado seja o dia em que o Espírito do Senhor nos iluminou e nos trouxe de volta para a verdade da CRUZ, que é a revelação plena do evangelho. Continue firme, meu querido, estamos juntos!!

Unknown disse...

Graças a Deus Igor que o chamado de Deus em nossas vidas foi forte o suficiente para nos livrar do engano que estes homens têm pregado e disseminado no Brasil. Louvo a Deus, por Jesus Cristo, pois Ele sim hoje é o centro de nossas vidas, não um movimento estranho às Escrituras, que judaiza gentios e é disfarçado de judaísmo-messiânico. Esse movimento, sim, que descredibiliza o verdadeiro judaísmo messiânico. Lamentável...

Anônimo disse...

"Pelos frutos os conhecereis..."

Igor, é uma pena tuas palavras não terem recebido o tratamento crítico apropriado até hoje, ou seja, doutrinário e teológico.

É triste vermos até hoje tantas apelações, afirmações de rebeldia, acusações de oposição ao judaísmo messiânico, quando qualquer pessoa que te conhece de perto percebe como tua fé é cristocêntrica, como você respeita o judaísmo messiânico autêntico e como você valoriza mas não idolatra nem dogmatiza a tradição cristã.

Deus é justo e a verdade sempre aparece testificada pelos frutos.

Quem tem o Espírito pode comparar a maneira como as coisas tem sido tratadas e perceber onde há carnalidade e onde há santidade.

Que Deus conceda o discernimento às pessoas que tem acompanhado todo esse processo, para que enxerguem e apropriem-se da verdade.

Orando por você, e certo de que Deus dará o tratamento apropriado segundo a verdade do Evangelho, a cada atitude e parte envolvida no referido processo,

Tiago Corrêa

Tanya disse...

Igor, meu irmão.
Tive vontade de bater palmas e gritar "Bravo" para este texto!
Nada como falar teologicamente embasado...
Eu também teria tanto a dizer, a relatar, a denunciar até...todavia é melhor eu me calar e deixar que o Espírito Santo convença a cada um a respeito da Verdade. Todavia me entristeço ao ver jovens que vi crescer baixarem tanto o nível ao serem confrontados. Imagino como o Senhor está triste pelo rumo em que a igreja está caminhando. Louvo a Deus pela sua vida, por sua esposa e louvo a Deus também por estar me mantendo de pé e firme apesar de tudo!
Soli Deo Glória!
Abraços,
Tânia

Jardelly disse...

Olá Igor! Parabéns pela abordagem madura, bíblica e piedosa diante de ataques dos senhores Mateus e Shulam. A boa notícia é que conheço pessoas simples que seguiam de perto o herético Har Tzion e que pela graça de Deus e por iluminação do Espírito já perceberam as heresias propaladas pelo Sr. Zandonna bem como sua nítida ARROGÂNCIA. Acredito que artigos como estes vão respaldar, consolidar e nortear os ex-adeptos deste movimento.
Um abraço,
Jardelly

beitsimchah disse...

Igor, sempre te amei (com todo respeito) e agora mais ainda!!!!
Louvado seja o Eterno que te deu essa mente privilegiada e ainda a revelação do que é o verdadeiro judaísmo messiânico... que você possa ser ouvido...

Unknown disse...

Então Igor, eu fui um dos que publicou a respeito de seu posicionamento contrário ao judaísmo messianco, embora concorde que nessa postagem você tenha se posicionado claramente a respeito. Lendo apenas suas antigas postagens, continuo tendo a mesmo opinião, mas me senti na responsabilidade de ler sua postagem a respeito

@igorpensar disse...

Provavelmente, porque você se enquadra no que no que disse acima. Você provavelmente não nasceu em uma família judia, mas inventou uma judaicidade. Sua definição de judaísmo-messiânico é distorcida, e não encontra amparo junto aqueles que começaram o movimento. Se você nunca cresceu em uma sinagoga quando criança, não tem um certificado de Bar Mitsvá assinado por seus pais, ou Brit Milá, esquece você não é judeu. Antes, enquadra-se no que chamo de processo de fabricação de "judeus". Se isto é ser contra o judaísmo-messiânico, simplesmente seu conceito do movimento está historicamente desarticulado.

Sejamos verdadeiros até às últimas consequências.

Igor

Priscila, Lidia, Lukas e Markus disse...

Meu amigo, tenho acompanhado seu blog e quero lhe dizer que concordo totalmente com sua posição. Mal posso esperar para voltar ao Brasil e retomar as nossas animadas conversas. Conte comigo!

Fábio disse...

A crise de identidade que o movimento evangélico enfrenta hoje permite que grupos restauracionistas de destaquem no cenário religioso brasileiro. Porém, nasda de novo, isto pq na história da religião judaico/cristã sempre surgiu grupos que pretendiam restaurar o verdadeiro culto a Deus. E de certa forma é até interessante, precisamos analisar estes grupos. O que não podemos tolerar são grupos que em nome de uma falsa santidade, e de uma falsa aparência de piedade apareçam para DIVIDIR o corpo de Cristo. Paulo em Corintios não critica a liberdade de pensamento na igreja, mas a DIVISÃO (Sou de Paulo, sou de Apolo, etc.

Nunca fui com a cara de Matheus do E.S, sempre achei soberbo, metido a conhecedor de Bíblia, da história cristã e tal. seu Pai até que me parece ser uma cara mais tranquilo e aberto ao diálogo, não sei...Bem, isto tbm não interessa. O fato é que o E.S tbm vive uma crise teológica, até hoje eles NÃO TEM certeza daquilo que crêem.

Quem está sendo prejudicado são os fiéis, que pensam ser o que não são.

Triste não!

@igorpensar disse...

Prezado Fábio,

Eu prefiro não fazer nenhum tipo de julgamento sobre o temperamento ou caráter de ninguém. Penso que se há algum tipo de arrogância, orgulho, manipulação etc., se houver, há por causa de um problema mais profundo e relativamente simples de resolver: a centralidade de Cristo.

Descobri, de forma simples, que o que me impedia de fazer o que queria fazer e não conseguia, como servir a comunidade, engajar-me na educação, social, amar meus irmãos e lidar com minha altivez pessoal, era exatamente a falta de centralidade de Jesus. Não há segredos revolucionários, apenas obediência ao que Jesus nos ensinou: "aquele que permanece em mim dá muitos frutos, porque sem mim nada podeis fazer". Simples assim.

Sei que é profundamente decepcionante ouvir (ler) tudo isto (e mais) que fora dito, mas mantenho meu coração na graça, por isso, procuro tratar a causa e não os sintomas.

Mas, você está certo, a crise de identidade é parte importante de tudo isto. Eu não tenho mais crise alguma, agora restauracionistas viverão (se não arrependerem) o resto de suas vidas lutando para serem aceitos como judeus, enquanto desfrutamos da leveza de sermos apenas discípulos de Cristo.

Abraços,
Igor

Har Israel disse...

Prezado Profº. Miguel,

Concordo com quase toda sua posição. No entanto, se me permite, quero fazer algumas observações, mesmo que o sr. não publique o que passo a escrever. Minha identificação, antes de mais nada. Heber Abensur, associate na ieshiva de Rabino Goffman, Miami.
As observações: Não é proposta do MJM judaizar cristãos não-judeus, mas é proposta do MJM restaurar as raízes judaicas dos benein anussim, independentemente de sua corrente religião. É um fenômeno estranho que muitos, especialmente no NE brasileiro e seus familiares espalhados pelo Brasil, bem como de familias em Minas Gerais e em outros estados, estejam de uma forma ou de outra, tão inclinados ao Judaismo ao par de sua fé em Yeshua HaMachiach, conhecido erradamente pela corruptela "Jesus", como é de seu inteiro conhecimento. Discordo do sr., se me permite, nessa questão. Restauração das raízes judaicas, sim, independemente do reconhecimento da comunidade judaica, a qual não nos interessa em absoluto, uma vez que "judeu", "yehudi" significa "adorador agradecido", o que nos remete de encontro diretamente a HaShem, Quem não faz acepção de pessoas, sejam judias, sejam gregas. Mas, como está escrito, primeiro ao judeu e depois ao grego. Segunda Observação: tocante à "suposta" identidade judaica a que o sr. se refere para muitos que tem o pé rachado, nascidos cristãos, quem resolveram retornar a alguma coisa que sentiam forte desde a tenra idade: Ben Gurion escreveu: "É judeu quem se considera como tal". (Continua abaixo)

Har Israel disse...

E ser judeu, declaradamente judeu, hj em dia, seguidor das boas e velhas tradições, praticante da religião, rabínica ou messiânica, é sempre um risco de vida a mais, talvez não no Brasil e restante da AL, onde se goza relativa tranqüilidade. É verdade que tem uns "bunitinhos" fantasiados de judeus poloneses, usando kipot pra cima e pra baixo, e também objetos próprios do Judaismo, numa franca pateticidade... mas esse fenômeno curioso, proselitista pela própria natureza, é apenas uma palhaçada social e, em momento nenhum, expressa o MJM autêntico. Realmente, nesse ponto discordar do senhor é um tremendo contra-senso. Mas, veja, uns poucos não são assim. Uns poucos que conhecemos fazem-se prosélitos ao MJM da mesma maneira que Ben Ákiva fez-se prosélito ao Judaismo, e mesmo não tendo sido judeu de nascimento, ainda é considerado um dos maiores rabinos de todos os tempos... Portanto, vejo com bons olhos sua reserva em relaçao à igreja dos goys viver como tal, mas tenho minhas reservas - e assim eu predico tanto quanto me é possível, pela internet ou fora dela, quanto à sua generalização a respeito da Restauração das raízes judaicas da igreja. É um direito humano fundamental assistir ao não-judeu que deseja restaurar sua experiência cristã/messiânica na Torá, obedecendo ao critério maior de Yeshua em Mt 5.17-20 e numa hermenêutica adequada às palavras de Rav Shaul, que ensinou que a Torá foi um meirinho até que viesse Shiló. Mas, certamente foi meirinho Azazel, e não o restante da Torá.

Har Israel disse...

Pois nem todas as mitzvot poderiam ser seguidas por todas, como, p.ex, as mitzvot relacionadas à Nidá... entre outras coisas. Tivesse Yeshua abolido a Torá, não teria ensinado que a Torá é resumida em 2 mitzvot, da mesma forma que Hillel também ensinava. E, assim, não faz sentido nada do que o sr. defende. Que os cristãos não-judeus queiram seguir seus dogams e doutrinas, vá lá, é direito seu. Mas, ensinar que beney anussim, com ou sem documentos - coisa que não é assim tão facilmente encontrada, e que nem mesmo o DNA resolve já que a presença israelita na Península Ibérica remonta aos tempos do Rei Salomão... - não podem "retornar" ou retornar (sem aspas, mesmo) à religão ancestral, mas com e sob Yeshua, isso fere profundamente as boas práticas do amor ao próximo. E tem mais coisas que não caberão neste espaço, apenas como exemplo, a questão da mudança do Shabat para o Primeiro Dia, e a não observância das demais festas do Senhor - não festas judaicas, mas festas do Senhor. Não creio que estas ordenanças tenham sido abolidas. COmo não creio no Natal nem que o nascimento de Adoneinu tenha sido em 25 de dezembro, um data pagã, numa festa idólatra. Mas creio que estas poucas palavras sejam suficientes para que o sr. saiba que o sr. tem apenas alguma razão no que pensa, tocante à alienação religiosa e do pseudo-judaismo messiânico. Não sou partidário de desentendimentos. Mas devo aqui defender àqueles não-judeus que sentem, seja amor, seja identidade, unidos a Am Israel, em espírito e em verdade, confirmando o cumprimento profético da promessa feita a Abrahão. Direito seu discordar, mas isso não muda nada. O MJM continuará caminhando, tranqüilo e sereno, rumo ao seu destino no relógio profético de HaShem.

@igorpensar disse...

Olá,

Obrigado por sua opinião.

Eu sempre publico comentários, só censuro comentários com palavras de baixo calão ou aqueles comentários insistentes de pessoas que já foram avisadas de que seria censuradas.

Não estou disposto a comentar tudo que você falou, mas uma frase sua merece tratamento direto, apesar de que, novamente, serei redundante.

Destaco seu dito:

"...é proposta do MJM restaurar as raízes judaicas dos benein anussim, independentemente de sua corrente religião."

Você diz isto a partir de que fonte? Nenhuma das instituições judaico-messiânicas (UMJC, MJAA, etc) e em nenhum escrito dos pioneiros do movimento encontro qualquer referência a este ponto.

Quanto a quem é judeu, vamos lá: poderia usar os critérios de "quem é judeu" da halachá, do judaísmo liberal etc..., mas façamos o seguinte. Vejamos, como Paulo, o apóstolo, pensava sobre o assunto.

Em sua carta aos Filipenses (cap.2), quando exortava gentios judaizados, aproveitou o ensejo para afirmar: "querem se gloriar na carne?", e daí definiu sua judaicidade nos seguintes termos:

- circuncidado no oitavo dia
- da tribo de Benjamim
- hebreu de hebreus

Quem era judeu para Paulo?

- nascido em lar judaico (circuncisão);
- credibilidade, memória e testemunho comunitário (tribo de Benjamim);
- descendente direto de judeus (hebreu de hebreus).

Se Paulo estivesse vivo hoje, e seu testemunho pessoal de judaicidade estivesse valendo, um "criptojudeu" jamais poderia ser identificado ou se identificar como judeu.

Simples assim,
Igor

"Perguntai pelas Veredas Antigas" disse...

Prezado Igor,
Realmente, seu comentário merece uma reflexão, ainda que parcial. Porque digo parcial? porque você deveria contestar, penso eu, sobre os dogmas imposto aos gentios crentes em "Jesus" e que os faz diferenciar teologicamente dos crentes do primeiro século. Simples assim.

@igorpensar disse...

Quais doutrinas foram impostas? As consideradas heterodoxas receberam tratamento durante a reforma. Outras, como o pelagianismo, por exemplo, receberam tratamento paulino via Agostinho de Hipona. A heresia ariana, recebeu o tratamento trinitário via Atanásio, exatamente para preservar o monoteísmo bíblico. O problema da maioria das pessoas que não sabem dar um tratamento correto à história cristã, acham que o I século era uma "Éden", quando tensões teológicas também estavam presentes e os apóstolos tinha que se manter firmes naquelas verdades da doutrina de Cristo.

Seu comentário acrescentou pouca coisa. De qualquer forma, obrigado.

Igor

Unknown disse...

fico triste por q durante algum tempo dediquei-me em ouvir rosh igor. mesmo dentro da assemblei de deus estava fazendo o curso do ensinando d siao e fui convencido por vc igor; e estava disposto a ser um gentio convertido ao judaismo agora vou ter q jogar tudo fora.

@igorpensar disse...

"agora vou ter q jogar tudo fora".

Que bom!

"Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo." (Fp 3:7).

Igor

Andrias Silva disse...

Esse Ministério Ensinando de Sião tem essa mania mesmo. Conheci por acaso a página deles no facebook. Curti. E acompanhava suas atualizações, achando até legal, e glorificando a Deus pelo fato de pessoas judias estarem se voltando cada vez mais aos pés do Senhor Jesus. Estava assim até que em uma atualização deles em especial, fiz uma pequena observação a respeito do modo como se posicionavam em um assunto em particular, pois nesse assunto, achava que provocava mais a rixa entre judeus crentes e crentes gentios que aproximação, que eles diziam ser a favor. Queria apenas fazer uma obervação construtiva mas ao invés disso, foi um tal de ser chamado de anti-semita pra lá, "Deus seja com Israel e contra seus inimigos" pra cá... então, após um comentário feito que evidenciou bastante a insensatez deles, simplesmente excluíram a conversa toda do facebook. Isso foi para mim uma falta de hombridade que não esperava deles; e comecei a enxergar neles uma obstinação em não enxergar que não estão certos em todas as coisas.

Nando Correia disse...

Eh Igor, tu não paraste ainda com este teu 'paulinismo' hein!!!

E quando o deus estranho será tirado do teu coração?

"Ouve, oh Israel, o S'nhor é nosso D'us, o S'nhor é UM.".

Trindade = Egito, Babilônia, Suméria, PAGANISMO!!!...

No Egito: Hórus, Ísis, Osíris, e Na Índia: Brahma, Vishnu e Shiva.
Na Babilônia: Anu, Ea e Enlil.
Na Roma: Jupiter, Juno e Minerva
Na Grecia: Zeus, Hermes e Maia

Na Pérsia: Mitraísmo (Mitra) e Zoroastrismo (Zoroastro ou Zatustra)grandes influenciadores do cristianismo.

Enfim, para os que buscam mais informações busquem NESTORIANISMO, também.

Fica a dica, Sr Igor, o pior cego é aquele que não quer ver... tira o deus estranho do coração.

@igorpensar disse...

Olá Nando,

Tudo bem? Obrigado por seu comentário. Mas, como de praxe, terei que me posicionar, não é verdade?

Bem, sinceramente acho este argumento de "paganismo" da Trindade um mito conspiratório. Seu argumento poderia ser usado contra Paulo, por exemplo, quando fez menção a um altar ao "Deus de Conhecido" entre os deuses pagãos de Atenas, alegando, ser "precisamente" o Deus que ele anunciava.

De qualquer forma, seria uma ingenuidade considerável, comparar a Trindade com triteísmos ou tríades pagãs. Afinal, a Trindade foi elaborada justamente para proteger a fé cristã do triteísmo ou da fragmentação da natureza una de Deus.

Comentários como o seu, só aumentam minha convicção quanto a Trindade, pois a maioria esmagadora de seus opositores, nunca de dobraram a estudá-la de forma imparcial.

Lamento ter ensino coisas do gênero um dia em minha vida, quando vejo comentários como o seu, meu coração se aflige por ter ensinado tal embuste contra o santo Ensino que nosso único Deus se revelou ao mundo em três personas distintas Pai, Filho e Espírito Santo.

Novamente, obrigado por seu comentário.

Unknown disse...

Há vários judaísmos desde o primeiro século. Aquelas diversas seitas do seculo 1 diferiam bastante do "judaísmos" do tempo de Moisés.O judaísmo de hoje difere totalmente dos daqueles dias.

O Judaísmo Messiânico reivindica a si mesmo como sendo os continuadores dos Seguidores do Caminho do 1° século, ou seja, como os os verdadeiros remanescentes dos apóstolos. Mas eles seguem muito da tradição judaica clássica e moderna, coisa que acho que os discípulos não faziam, eles tinham sua própria halachá, aprendida com o grande Mestre. Eu acho que ela foi perdida, e hoje vivemos cada um por sí. Nos dias de hoje só mesmo pela razão podemos nos achegar ao Messias. Temos o testemunhos dos judeus quanto à revelação de Deus, e isso não é problema, embora o judaísmo esteja cheio de coisas erradas.

Paulo disse que:

"Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus."

Romanos 2:28-29

A pessoas que está no messias, querendo ou não, é da linhagem de Abraão.

O_Restaurador disse...

Shalom, Igor...
Judaísmo Messiânico a teu ver, é um ambiente judaico para crentes, ou um ambiente cristão para judeus?
Discordo de vários ministérios que se entitulam messiânicos, por N motivos, e discordo de outros tantos por seguirem costumes tradicionais judaicos q nem bíblicos são!
Meu judaísmo é o mesmo de Yeshua e dos 12... e o mesmo do apóstolo Sha´ul... Judaísmo da Torá! Sem tradções, nem adições nem subtrações!
Tenho muito contato com amigos que aderiram ao movimento reformador moderno. Muito bom debater com eles, a maioria deles acaba envergonhada por não compreender conceitos básicos do texto chamado NT. E nem pensam a questão da história eclesiástica.
Seria muito interessante debater contigo. Com certeza, pelas coisas q vejo tu escrever aqui, tu me trucidaria em poucas mensagens, não só com teus argumentos, mas também com teu respeito (ou falta dele).
Mesmo assim, valeria a pena, pois o debate ficaria aberto, e exporia não apenas o conhecimento teológico, pra ti, tão importante, mas também atitudes bíblicas de minha e/ou de sua parte!

Pâmella Medeiros disse...

Este texto é claro como 2 e 2 são 4. Inventar coisas ao seu respeito, realmente reflete que Cristo não está no Centro da vida de quem faz esses discursos. É triste ver que esta luta é contra a carne e o sangue para eles...
Dou graças a Deus por pertencer a uma comunidade onde Jesus está no lugar que pertence a Ele. Dou graças a Deus por não mais pensar que a ancestralidade francesa da minha mãe, poderia me trazer o "crédito" de ser judia.
Dou graças porque hoje posso ver que o fato de ter sido barizada "Be Shem Yeshua ha Mashiach, pelo Shulam," não era um sinal de judaicidade...
Dou graças porque dia após dia me vejo pecadora, como qualquer outro, me vejo coberta pela condenação, SE não fosse CRISTO para me resgatar, para me redimir, para me salvar.
Graças eu dou ao Senhor, por compartilhar a graça de Deus, numa comunidade de fé, que coloca Cristo na frente de si e se diminui, é pede perdão e continuamente pratica o evangelho. Sem orgulho próprio, sem riqueza, sem autoritarismo e sem busca por status de alguma especie...
Glória a Deus, por sua vida!

Paulo César disse...

Seu texto é excelente, pois de certo modo toca a história de muitas pessoas. Fui um dos que entraram nessa onda de querer ser judeu. Em 2014, eu estava começando uma célula em minha casa, aqui em Juiz de Fora - MG. Eu e alguns irmãos, vindos de uma comunidade cristã dissolvida, queríamos algo novo em nossas vidas, um diferencial, uma marca. Éramos muito zelosos, buscávamos no nosso entendimento, outrora limitado e legalista, fazer as coisas certas. Começamos por incentivar as pessoas a não comerem carne de porco ou qualquer animal da lista proibida de Levítico 11. Eu já tinha uma tendência a ser judaizante, pelas experiências que tive quando anos passados, tinha entrado de cabeça na chamada visão celular. Mas chegou um tempo onde eu sentia que simplesmente o ser judaizante não era suficiente. Foi quando conheci os vídeos do Ensinando de Sião e fiquei maravilhado. Parei de pregar, pois os estudos do Matheus Zandonna e seu pai seriam as pregação que ouviríamos. O processo de sectarização foi gradual. Primeiramente, mudamos o nome de igreja para congregação, adotamos uma denominação em hebraico. Depois paramos de cantar músicas cristãs e começamos a aprender canções judaicas. Por último, deixamos as reuniões de domingo e adotamos a guarda do shabat, para acompanharmos as transmissões pela manhã. Tudo isso para nós era a chamada restauração e essa palavra nos fazia sentir superiores a todos - quem não concordava conosco era reputado como errado, paganista ou antissemita. O tempo foi passando e não tivemos adesões. Pessoas nos deixaram, amizades foram rompidas. Antes ia a muitos lugares compartilhar mensagens, depois de nos tornarmos ''messiânicos'' fomos descrediblizidados. O shabat passou a ser a nossa marca distintiva, assim como o sábado dos adventistas. Era imposto, vigiado e fazíamos tudo o que o sidur que adquirimos deles nos orientava. Enquanto me esforcava para cumprir a torah, a minha alma adoecia, me frustrei bastante. Em 2017 tive uma depressão profunda, muita vontade de morrer e decepção com a falta de resultados da nossa então congregação. No final do ano decidi, pelo bem da minha mente, abrir mão da posição de liderança e de parar de ir às reuniões. Dei liberdade para as outras pessoas continuarem a cumprirem os encontros, mas não quiseram, na exceção de uma que até hoje, pelo que sei, continua acompanhando os videos e estudos de BH. Como me senti livre e o processo de desjudaização se instalou, hoje, com mais de dois anos livre, me sinto totalmente justificado em Cristo e a ideia de ser judeu virou página passada, foi um estado febril de dissociação associado à crises existenciais não tratadas. Acho que pessoas com o mesmo perfil que eu tinha, são facilmente atraídas por movimentos que pregam o restauracionismo ou uma excentricidade da fé. Dá uma sensação de importância, de missão e de mérito no tocante à salvação (triste né). Estou atualmente, quando posso, frequentando uma igreja luterana próximo a minha casa.