29 de jan. de 2015 | By: @igorpensar

Feliz pra burro!

Felicidade é uma das coisas mais difíceis de definir. Devida a sua complexidade, muita gente, por ser partícipe de uma preguiça culturalmente propagada, acaba adotando uma versão apressada, por isso superficial, de felicidade. Para os tais, ela é algo que se sente, que faz bem, que dá 'paz de espírito', algo 'gostoso'. Gente assim, gente como a gente, confunde felicidade com barato, balada, desempenho sexual, entretenimento, compras ou prazeres narcísicos.

Não poucas vezes, na cabeça de muita gente, felicidade é "privação de sofrimento". Neste ponto, volta-se a um tipo de intolerância à contradição ou privação, uma certa baixa resistência existencial. Daí, encontra-se gente quebradiça e com alto grau de vulnerabilidade emocional. Geralmente, pessoas instáveis e superficiais nas relações interpessoais, profissionais e religiosas. Qualquer coisa que contradiga suas paixões, seus desejos, é descartado, e mais uma vez lança-se à repetição ou à intensificação das experiências. Afinal, aprofundar-se exige tempo e trabalho, então quanto mais prazer se consegue extrair de experiências e relações superficiais, melhor (estou sendo irônico).
 
Hoje em dia, é um tesouro encontrar mulheres profundas, sensíveis e inteligentes, como é raro encontrar homens profundos, sensíveis e inteligentes. Ironicamente, no final do dia, continua-se triste, vazio e com o coração oco. E a felicidade? Talvez esteja entre os resilientes, os que encontram sentido no sofrimento, ou entre os que já se cansaram de fazer esta pergunta.

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