17 de set. de 2010 | By: @igorpensar

Há futuro para o evangelicalismo?

Prezados leitores,

Gostaria de indicar o artigo do Guilherme de Carvalho, pastor da Igreja Esperança e diretor fundador do L'Abri Brasil, que acabou de ser publicado pela revista Ultimato, cujo título é: Há Futuro para o Movimento Evangélico?

Como muitos, eu já passei por várias crises com o evangelicalismo e recentemente com movimentos restauracionistas. Descobri que não é negando o evangelicalismo que chegaremos a uma solução para a crise, mas retornando a seus fundamentos históricos e reafirmando sua pedra fundamental: o evangelho. Devo isto ao grande teólogo Kevin J. Vanhoozer que me fez ver o movimento evangélico novamente com bons olhos. Graças a Deus... voltei à ortodoxia cristã e seus fundamentos clássicos: a trindade, a centralidade de Cristo, salvação absolutamente pela graça, a importâncias dos meios de graça, os sacramentos (ceia e batismo) a Igreja como pleroma de Jesus e aí vai...

Então pergunto: Será que a solução é a negação? Será que temos sempre que inaugurar um novo movimento toda vez que o anterior, aparentemente, fracassou? Em réplica ao artigo recentemente publicado pela revista Época sobre os "novos evangélicos", Guilherme Carvalho propõe que a resposta à crise evangélica é mais complexa, e envolve não um "neo-evangelicalismo" em si, mas a afirmação dos fundamentos clássicos desta fé evangélica.

Uma das soluções, seria o engajamento cristão a partir de uma sólida tradição teológica que dê sentido à espiritualidade, principalmente em tempos em que a doutrina se torna periférica, por causa do infernal e insuportável pragmatismo religioso. Sem mencionar, o relativismo liberal persistente em movimentos chamados "emergentes".

Enfim, leiam o artigo Há futuro para o movimento evangélico? e desfrutem de uma excelente reflexão, para mim, o melhor posicionamento a respeito do que a Revista Época publicou.


11 comentários:

Daniel disse...

O que você leu do Vanhoozer? Há algo disponível em português?

@igorpensar disse...

Daniel, tudo bem mano?

Estou lendo um livro intitulado "The Futures of Evangelicalism: issues and prospects" editado por Craig Barholomew, Robin Parry e Andrew West. Uma coletânea de textos, de vários autores como Alister McGrath, Gregory J. Laughery e outros. O capítulo do Kevin Vanhoozer intitula-se: "Evangelicalism and the Church: the company of the gospel" (Evangelicalismo e a Igreja: a companhia do evangelho). O Guilherme comentou há alguns anos este artigo em: http://guilhermedecarvalho.blogspot.com/2008/07/tem-jeito-de-ser-cristo-sem-igreja.html

Abraços!

INSTITUTO ABBA disse...

Cada dia mais eu fico impressionada com a questão do uso de um conceito, a posterior degeneração deste conceito por conta mesmo dos usuários deste conceito e logo após a fuga para outro conceito diferente do primeiro com o intuito de resolver a primeira questão. Me fiz entender? Não queremos usar a titularidade "evangélicos" por conta do que muitos que se dizem "evangélicos" fizeram com do título em si, do que isto representa atualmente. E então buscamos outra titularidade, mas vivendo o conceito primário ( "evangélico", que nos afaste, nos distancie da memória do conceito deturpado. É muito louco isso. É muito simples também... Culpa sua Igor. Agora eu fico aqui ... pensando... Muito boa a clareza da avaliação do Guilherme. Um abraço! Vê lá os meus e-mails....

Rodrigo Passos disse...

Caro Igor, admiro muito seus comentários, pois possuem a essência do cristianismo e judaismo, ambos ajustados com a realidade deste mundo moderno.

A minha pergunta é a seguinte: Porque não vemos os milagres (cegos enxergando, paralíticos andando, etc) que os pastores tanto pregam.

Obs: Onde você congrega? A reunião é aberta?

Obrigado!
Um abraço,
Rodrigo Passos

Anônimo disse...

A mudança acontecera á medida que o povo de Deus parar de achar que tem de seguir suas proprias ideias teologicas, e passar a adotar o claro e vivo caminho do evangelho do reino de Deus...realidades como: cruz, vida em cristo, dons do E.santo, sacerdocio comum de todos os santos, discipulado, e o real sentido dos ministerios especificos, e disciplina, sendo levados á sério, poderemos ver um retorno ao modelo de pratica cristã observada no passado primitivo da igreja quando ela era de fato gloriosa...


abraços

eduardovaz.blogspot.com

MARCELO VALLE disse...

Olá Igor Miguel, shalom!

Eu já lí diversos artigos seus, principalmente aqueles que faziam parte do Ministério Ensinando de Sião e sempre soube de seu entendimento unitário das escrituras. Gostaria de que você me explicasse o que quis dizer com esta frase: Graças a Deus... voltei à ortodoxia cristã e seus fundamentos clássicos: a trindade....

Sinceramente, posso entender que você mudou radicalmente sua visão de Deus?

Abraços e parabéns pelos artigos postados.

Marcelo Valle.

@igorpensar disse...

Prezado Valle,

Após longas leituras da tradição cristã, vi a coerência e os esforço dos pioneiros no testemunho de cristo no ocidente, em protegerem simultaneamente a unidade de Deus (o monoteísmo) e sua diversidade relacional. Estou preparando um texto sobre minha recentes impressões e meu recente retorno à ortodoxia cristã.

Abraços,
Igor

Mordechai Najmanovich disse...

Querido Igor
Tenho ouvido algumas mensagens tuas e sempre admirei a tua coherencia. Não quero julgar cada um segue a sua conciencia. Só tenho uma curiosidade,. Agora que vc voltou para a ortodoxia cristã, vc continua a crer que o dia do Senhor é o Shabat ou também vc retornou para o Domingo critão. OBS. É só curiosidade
PR MORDECHAI NAJMANOVICH

@igorpensar disse...

Pr. Mordechai,

Prazer tê-lo por aqui. Espero que mande meus cumprimentos para a Sarah.

Penso que aos judeus, por questões de natureza identitária e vocação comunitária, devem permanecer na observância do Shabat. Jamais diria a um judeu (mesmo crente) que observe seu o quarto manamento em outro dia que não a sexta-feira ao por-do-sol.

Agora, quanto aos gentios, prefiro a abordagem cristã-reformada, como o Daniel Juster observa neste endereço http://vai.la/1t39.

Essa perspectiva afirma o quarto mandamento como um mandamento universal, porém observa que seu PRINCÍPIO é "1 dia de descanso a cada 6 dias de trabalho", o que significa que um gentio (não-judeu) pode descansar em qualquer dia da semana desde que encerre seus 6 dias de trabalho em um sétimo dia.

Após alguma leitura, para além dos mitos restauracionistas, descobri que o domingo não nasceu como um dia pagão em substituição ao shabat judaico. Mas, como uma fusão de um mandamento de descanso e um dia litúrgico da Igreja igualmente era bíblico, apesar de que inicialmente, não tinha pretensões de substituir o shabat judaico.

Mais tarde, principalmente entre os gentios, por questões práticas, o princípio do mandamento (de um dia de descanso, não necessariamente na sexta ao por-do-sol) se fundiu com o domingo, que era um dia de celebração da ressurreição consagrado assim desde a era apostólica.

Enfim, para mim, um gentio pode celebrar seu "sétimo dia" em qualquer dia, até mesmo na sexta, mas obviamente, como a celebração cristã é no domingo, dia nacionalmente consagrado como "descanso", este seria a única opção para a maioria dos cristãos.

O que não significa que sazonalmente e esporadicamente um não-judeu não possa observar o "shabat judaico" (descanso à sexta-feira ao por-do-sol) como parte de uma experiência de diálogo inter-religioso. Mas, isto é diferente...

Anônimo disse...

Igor...
Você poderia me mandar o link onde o Dan Juster emite sua abordagem sobre sobre o Shabat. Tenho tentado entrar em VAi.la e não consigo achar nem sei como usar.
Obrigado

@igorpensar disse...

http://www.tikkunministries.org/newsletters/dj-mar09.asp